segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Conto de Natal

Quando eu era pequeno e jogava bola no colégio, sempre existia um muro.

Alto e com um cachorro brabo do outro lado.

E a bola, invariavelmente caía do outro lado. No melhor do jogo.

Azar.

O cachorro tinha um dono. Bernardo. Torcedor do Sport. A gente sabia pela imensa bandeira rubro-negra na janela do casarão.

E Bernardo não devolvia a bola, nunca.

A gente também nunca viu o Bernardo. Ele nunca dava as caras. Rico e orgulhoso.

O jogo parava e a gente tinha de esperar até alguém conseguir uma outra bola.

Porque bola era luxo. Se ganhava no aniversário. Por vezes no Natal. E só.

Mas sempre aparecia alguma bola dias depois. Vinda não sei de onde. Quem sabe de outros muros?

O jogo recomeçava. Todo mundo morrendo de medo de chutar mais forte.

Até que dias depois, pimba! A bola era chutada por algum perna-de-pau e ia parar no quintal de Bernardo.

O cachorro gritava. E todo mundo, com medo, ficava esperando o futuro.

Mesmo assim, a infância era feliz. Tinha bola de gude, que nunca caía na casa de Bernardo.

Tinha pipa. Tinha polícia e ladrão. Tinha Fratelli Vita.

Os anos se passaram e o mundo mudou.

Mas sempre que a velha turma se encontrava, lembrava das bolas e do muro. Do cachorro. De Bernardo.

Foi então que ano passado, tive uma surpresa.

Fui visitar o velho colégio. Colégio que vai deixar de ser colégio. Vai virar shopping center.

Uma das irmãs de caridade me reconheceu. Sempre passo por lá no Natal. Estava triste com o fim da escola.

De repente, comentou:

- O antigo casarão também vai virar shopping center! Vão derruba-lo depois do Natal.

Pensei em Bernardo. Na certa iria lucrar uma barbaridade com a venda do imóvel.

Antes que eu pudesse completar meu raciocínio, a irmã apontou um homem sentado no jardim:

- Lembra dele? Era o menino que morava no casarão.

Lá estava Bernardo. Olhando para o jardim, o campinho de terra, a velha quadra de basquete.

Bernardo estava sentado em uma cadeira de rodas.

Não pude deixar de caminhar até ele. Apresentei-me. Eu era o velho menino que chutava as bolas para seu quintal.

Surpreso, Bernardo olhou para mim. Lembrava das bolas.

Perguntei pelo cachorro. Ele disse que Manga, esse o nome do cachorro, havia morrido há muito tempo.

Sorrindo, Bernardo me contou que lembrava das bolas que iam cair no seu quintal.

De como ele sofria ouvindo nosso gritos de gol. Ele que não podia jogar.

Manga ficava muito zangado quando a gente jogava. Ele sofria vendo o seu dono sofrendo. Por isso gritava tanto.

Sua mãe nunca devolvia as bolas. Imaginava que aquele barulho trazia sofrimento ao filho.

Fiquei mudo.

Até que Bernardo, percebendo meu silêncio, murmurou:

- Na verdade eu gostava quando tinha jogo. Você não imagina nas férias, quando o silêncio era completo. E naquela época nem o Sport me dava alegria...

Verdade. Foram os anos do Hexa do Náutico. Do Penta do Santa Cruz.

Despedi-me. Deixei meu telefone com ele. Saí pensativo pelas ruas do Recife.

Eu pensava nas bolas e nos muros. Nas distâncias que separam quintais.

Algo em mim nunca mais foi o mesmo.

Hoje, quando o Náutico perde. Quando o Sport vence. Lembro sempre de Bernardo e de outros meninos como ele.

E agradeço a vida e a Deus.

Deus que sabiamente fez o dia e a noite.

A vitória e a derrota.

Para que o sorriso e a lágrima jogassem bola nos dois lados do muro.

Roberto Vieira

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Ritual de Batalha

Lo, there do I see my father!
Lo, there do I see my mother, and my sisters, and my brothers!
Lo, there do I see the line of my people back to the beginning!
Lo, they do call to me, they bid me take my place among them in the Halls of Valhalla,
where the braves may live forever!

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Toda glória do mundo é passageira!

Toda glória do mundo é passageira. Principalmente nos campos de futebol. Os gols, os abraços, os aplausos podem terminar de repente. Num pênalti mal batido. Numa despedida ingrata.

Numa curva da estrada.

A glória do mundo é passageira. Ela nos veste de falsos amigos. E nos traga nos bares e noites da vida. Como se as arquibancadas lotadas sempre fossem existir. E os microfones e manchetes fossem diamantes eternos.

A glória do mundo é passageira. Ela se encerra em um sanatório de Barbacena. Numa mesa de sinuca da periferia de Campinas. Em um hospital no interior do Brasil.

A glória do mundo é passageira. Ela morre de cirrose, tuberculose, sífílis, melancolia ou vício. Morre de morte matada e morte morrida. Morre porque toda glória do mundo é passageira.

Jogadores do futebol se tornam imperadores muito jovens. Usam tiaras cobertas de ouro. São aclamados pelas multidões. Endeusados por belas mulheres.

Julgam-se imortais.

Como qualquer um de nós se julgaria, se tão jovens recebêssemos mirra, ouro e incenso.

Porque sempre que fazemos um gol nessa vida. Sempre que defendemos um pênalti. Sempre que nos julgamos eternos.

Devemos repetir para nós mesmos:

Toda glória do mundo é passageira!


ROBERTO VIEIRA

domingo, 11 de novembro de 2007

Soneto do Amor Total

Amo-te tanto meu amor... não cante

O humano coração com mais verdade...

Amo-te como amigo e como amante

Numa sempre diversa realidade.


Amo-te enfim, de um calmo amor prestante

E te amo além, presente na saudade.

Amo-te, enfim, com grande liberdade

Dentro da eternidade e a cada instante.


Amo-te como um bicho, simplesmente

De um amor sem mistério e sem virtude

Com um desejo maciço e permanente.


E de te amar assim, muito e amiúde

É que um dia em teu corpo de repente

Hei de morrer de amar mais do que pude.

Vinícius de Morais

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Que Brasil disputará a Copa de 2014?

O Brasil vai ser a sede da Copa do Mundo de 2014!

Mas perguntar não ofende: Qual o Brasil vai disputar o Mundial de 2014?

É a pergunta que anda nos céus, anda nas bocas dentadas e desdentadas de milhões de brasileiros.

Qual o Brasil de 2014?

O Brasil dos jogadores geniais, prodigiosos, ímpares?

Ou o Brasil dos 22 jogadores na Ucrânia, Turquia e Polônia?

Algum jogador brasileiro saberá falar português em 2014?

Ou seremos como a Irlanda, um país mais populoso no estrangeiro que em seu próprio território?

Qual o Brasil de 2014?

O país dos sequestros, dos bondes, dos Bopes?

Ou o país deitado em berço esplêndido e abençoado por Deus?

O país das favelas em progressão geométrica?

Ou o país que derrotou o analfabetismo?

Qual o Brasil de 2014?

O país em que a justiça e a cidadania sejam favas contadas?

Ou que ainda sejam cartas fora do baralho?

Haverá fome no Brasil de 2014?

Haverá filas nas emergências hospitalares?

Ou haverá apenas uma Arena no meio da selva tropical com propaganda multinacional?

A final da Copa de 2014 não será disputada em julho de 2014.

A final da Copa será disputada a cada dia dos 2000 dias que temos para organizar a Copa.

Porque, por enquanto, a Copa é apenas dos empresários e dos políticos.

Falta muito para que ela possa ser a Copa do povo brasileiro.

Povo que deveria se perguntar, desde já:

Qual o Brasil vai disputar o Mundial de 2014?

Roberto Vieira


terça-feira, 23 de outubro de 2007

O Nascimento de Edson Arantes

23 de outubro. Os jornais se derramarão em versos ao gênio de Pelé.

E esquecerão o menino Edson.

Porque 23 de outubro não é o nascimento de Pelé.

23 de outubro é o dia de nascimento do menino Edson. Filho de João e Maria.

O Edson engraxate, como tantos outros Edsons deste país.

O Edson correndo atrás de uma bola pelos campinhos de pelada desse país.

O Edson que teve a sorte de ter um pai e uma mãe amorosos, ao contrário de tantos Edsons deste país.

Quando Edson nasceu, no distante ano de 1940, o Brasil engatinhava no futebol.

Jogamos sete partidas naquele ano. Ganhamos uma.

O Brasil vivia no escuro. Tinha medo de Bicho-Papão, que se chamava Argentina.

Tinha medo de Papa-Figo, que se chamava Uruguai.

Já o Edson não tinha medo de nada. Pois como JK, outro mineiro ilustre, Deus o poupou do sentimento do medo.

Aos 12 anos Edson deslumbrava os sábios do Templo, mas Dona Maria Celeste tinha medo.

O futebol era traiçoeiro.

Dos milhares de Edsons que amaram uma bola nesse país, a grande maioria era analfabeta e morria antes de chegar na idade adulta.

Morria de febre, vômito, diarréia e ignorância.

E morria gritando 'Gol'.

Mas Deus é brasileiro. E nosso Edson vive até hoje. Porém só o chamam de Pelé.

Pelé, como todo gênio que se preza, nasceu mil vezes.

A primeira vez no dia 7 de setembro de 1956 quando estreou no Santos.

A outra em 7 de julho de 1957 quando estreou na Seleção Brasileira.

Mas 23 de outubro não é dia de falar de Pelé.

Porque no dia 23 de outubro nasceu o Edson.

E temos de cuidar dos muitos Edsons que sonham em ser reis.

Porém, que na maioria das vezes, acordam abandonados em seu próprio sonho.

Gritando 'Gol'.

Roberto Vieira

domingo, 14 de outubro de 2007

Meu Sangue

A rotina já se estabeleceu
Toda a noite, praticamente no mesmo horário
Ele entra em meu quarto
Ela, predadora, louca por sangue
Eu, preia, cujo maior prazer é ser caçado
Meu algoz segue seu ritual rotineiro
Se aproxima de mim
Seu hálito em minha boca
Me beija, me abraça, me morde
Louca, loucura
Quando vê que me entrego de corpo e alma
Ela recua, mesmo não sendo esse seu intento
Ela sabe que eu pagaria um preço muito alto
Mas sei que não me incomodaria
Seria um preço justo pelo que eu ganharia
Mas apenas ela pode decidi-lo
Não eu
Ela controla
Eu sou controlado
Ela se alimenta
Eu amo

Colaba

Café com Queijo

Talvez só hoje entenda o bandeirante,
Que enfrentou mil perigos nas Gerais.
Mas se ele buscava ouro ou diamante,
Buscaria eu só você, nada mais...

De todos os tesouros o mais brilhante
Deusa, elfa, senhora... Tanto faz.
Pois já não sigo os passos de Cervantes,
Lutar contra moinhos nunca mais!

E já não faço conta do perigo...
Vejo um belo horizonte em minha vida
Torno-me fortaleza... Um abrigo...

Se um conto já me honra contigo,
Pode imaginar ao que me convida?
Ser pai de um filho teu... Ser teu marido...

Colaba

Prity

Pequena borboleta sorridente,
A cantar, espalhando sua alegria...
E àquele que então a compreende,
Sua formosura logo o contagia...

É menina, irmã, mia confidente...
O que falar mais dela eu poderia?
A boca não diz o que o peito sente...
Mas que adoro você, ela diria.

E se um destino já nos vem traçado,
Fui vítima de uma grande chacota...
Porque o meu foi todo renovado...

Já que no fim, fui todo abençoado...
Levei ao mesmo tempo uma filhota,
E uma parceira de Campo Minado...

Colaba

O Outro Lado

Provei sensações que poucos conheceram
E deste lado, posso ver tudo o que não via
Meus erros, inúmeros e fúteis...
Coisas sem valor, sem sentido...
Como não gostar de alguém sem ao menos conhecê-lo?
Sem que este tenha feito algo de mal?
O ser humano é realmente assustador...
Todos somos!
Se antes pudesse ver o que hoje vejo...
Sentir o que hoje sinto...
Talvez tivesse sido mais honrado,
Mais leal,
Mais fiel,
Mais humano...
Apenas a senhora negra pode nos mostrar certas coisas...
Infelizmente...

Eu, como muitos outros,
Poderia ter sido mais feliz...
Se vivesse diariamente o último dia!
Mas não...
Reservei para meu último dia, um dia triste
Um dia de choro e velas...
Eu, já um ser definhado, acabado e sujo...
Que não amou,
Que não sorriu,
Que não teve prazeres com a vida...
Mesmo pensando o contrário!
Se pudesse retornar e consertar meus erros
Não! Não seria justo...
Pelo menos neste dia de partida,
Pretendo ser uma pessoa melhor...
Deixo para trás o mau exemplo,
E a vontade de que não o sigam...

Colaba

Paladino

Já foi tudo muito mais fácil!
Só bastava um movimento rápido de minha espada,
Eu só dependia de mim...
Pena que já não seja mais assim
Deus, me perdoe por não tentar mais lutar
Por não fazer mais parte do bom combate!
Tento me apegar à minha armadura
Ficar na defensiva...
Me proteger por detrás de meu escudo
Sei que não é tão fácil...
Meu cavalo já não me respeita
Minhas armas já não me pertencem
Talvez realmente seja a hora de parar de lutar
De entregar os pontos
O inimigo é muito forte
Mas não, não irei me render à ele
Outros ainda dependem de mim
Da minha luta
Do meu exemplo
Se continuar, mesmo padecendo, outros me seguirão
Quem sabe eles tenham chance
Mas se eu parar, muitos desistirão
Deixarão de lutar
Se não posso mais levar minha espada,
Levarei o estandarte
Se não posso vestir minha armadura,
Vestirei-me com minha honra
Se não posso contar com meu cavalo,
Contarei com minha fé!


Colaba

Leve Bater de Asas

Faceira e sorridente ela vinha correndo.

Quantos anos teria? Seis? Talvez sete?

O certo é que vinha correndo, para finalmente sentar-se no chão. Pernas abertas, um pé encostado no outro. Seu jeito menina de sentar-se.

Observava à tudo. A grama, seus dedos, as nuvens. Até que vê uma borboleta pousada no espaço entre as suas pernas.

Suavemente a toca. Parecia que desejava que a borboleta repentinamente começasse a voar sozinha. Que batesse asas. Mas ela não responde...

Então passa a massagear-lhe o corpo, como numa massagem cardíaca. Num movimento de vai-e-vem que aos poucos chega a um ritmo frenético.

Ela sente uma estranha alegria e sorri. Mas a borboleta ainda não responde...

Estaria morta?

Não... Parecia que um líquido vertia dela.

Sua mãe sempre a alertara sobre o perigo das borboletas. Belas e desejáveis, mas que sempre devem ser deixadas aonde estão, pois são perigosas. Não deve-se tocá-las, seu fluído cega.

Deixou a borboleta de lado e levantou-se, voltando a correr despreocupada e tão faceira e sorridente quanto outrora.

A borboleta não batera asas, mas ela sabia que um dia bateria...

Colaba

Destino

Você me apareceu sem que eu esperasse,
Pra preencher meus sonhos de menino...
E mui logo no peito um algo nasce,
Como posso eu chamar, senão destino?

Pois mesmo quem amou com tanta classe,
E conheceu mais que um faro fino...
Jamais sentiu loucura que matasse,
O mais feroz de todos os felinos!

E se me entrego num sorriso apenas,
Sorriso este que beira um infantil...
Não digas ser por tão somente cena...

Já que não lanço sem ter duras penas,
Sorriso que só um coração sentiu...
Ser mais bela entre todas as pequenas...

Colaba

Nova Cinderela

Achava-me nesta noite tão bela,
Noutro perder-me só de pensamentos...
Até que te encontrei, bela donzela,
A senhora que atiça os sentimentos!

Numa noite estrelada, minha cela,
Dama negra a me dar tamanho alento...
Portando-me numa total cautela,
Quem já chorou, não quer mais sofrimento!

Conhecendo eu, tais bons elementos...
Mas tendo a lua só por sentinela,
De mia culpa, sei que tenho parcela!

E não nego os meus vãos contentamentos,
Pois se antes sentia amor naquela,
Hoje tenho a mais nova Cinderela!


Colaba

Soneto de Menino

Diva pequena, dos olhos Pueris..
Dona de sabedoria suprema,
Bela, que coloca-me num dilema...
Seria eu mestre, ou simples aprendiz?

Nesse peito, órgão ou cicatriz?
Seja este sentimento, ou mero edema,
Doce criatura, oh linda morena...
Como há tempos não podia, fui feliz...

Quase concentrava-me numa filha,
Seria uma mulher? Oh doce armadilha!
Minha mente vaga o inexistente...

E por tal mensagem, aqui espero,
Resposta àquilo a que me desespero!
Desejo a carta? Seria o remetente?


Colaba

Ovo Colorido

Seria justo amar-te e não ter-te?
Mas assim é que diz o meu peito...
E se em ti me perco nesse flerte,
O que tiver que ser, será aceito...

O que já senti tudo hoje converte...
Para falar sobre isso sou suspeito!
O coração no meu peito se inverte,
Sei que mui grato sou por ser o eleito!

E'inda que belo seja o exterior,
Pra mim, és como uma caixa de leite,
Que dentro de si traz todo o sabor...

Ainda que me possa trazer dor,
Tua presença é meu maior deleite...
Contigo divido um ovo de cor!


Colaba

Sentimento Verdadeiro

Poderia começar esse texto de inúmeras formas, mas vou confessar que sou péssimo para isso. Realmente dar o "pontapé inicial" nunca foi o meu forte. Por isso, vou ser bem direto como normalmente faço...

"Porque quando alguma coisa está indo bem, sempre acontece algo inesperado?"

Isso acontece porque nós estamos vivos e enquanto isso for verdade, o perfeito nunca irá durar para sempre. Se algo inesperado não acontecer, temos uma monotonia e consequentemente o desuso toma a incitiavita.

A perfeição cai em seguida e não planejamos esse acontecimento, logo o inesperado, obrigatoriamente tem que ocorrer...

É como se estivéssemos presos a isso e a única saída é lutar...

"Mas como podemos vencer essa batalha e equilibrar a balança novamente?"

A resposta para esta só nos faz ver como a vida é interessante. Simplesmente não há uma única resposta para essa pergunta, talvez possa até não ter resposta...

"Então a quem eu devo recorrer nesse momento? Onde posso conseguir forças para combater o que me aflige?"

Somente dentro de si...

Recorrer ao seu interior. O coração, à caixa onde estão guardados os sentimentos mais verdadeiros e as sinceras emoções de su' alma.

Os recursos para tal são variados e não existe uma receita para alcançar a certeza. Existe apenas a prática, pois essa nos leva a "perfeição"...

"Jogo de palavras... Esse recurso não pode nos dizer a verdade. É imcabível explicar o sentimento de maneira tão irresponsável"

A vida é simples e por mais que vejamos de outro modo, querer complicar implica em jamais amar, ou jamais perceber o amor a sua volta...

Temos que refletir junto ao coração, buscar soluções e agir, ao invés de procurar expressões matemáticas em simples substantivos abstratos...

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Se realmente não acredita em simples solução, monte todo o "conjunto verdade" da sua vida:

Procure aqueles que são importantes, de modo que você não consiga viver sem eles. Mostre-os o quão importantes eles são à você e não tenha medo de errar.


Pratique!!! Tenha a certeza de que seus sentimentos são sinceros e transpareça-os aos que merecem...

Com o tempo verás que a caixa não está mais escondida e que agora buscá-la é algo corriqueiro. Terás a certeza que o teu coração está em sintonia com a sua vida...


A consequência?

O sofrimento acaba junto ao inesperado, a perfeição recebe seu lugar de direito e começamos a sonhar novamente, pedindo para que esse sentimento dure para sempre...


Feito por mim mesmo ^.^

PS. Ainda tem muita coisa pra revisar por aqui, mas eu acho que quem ler vai entender...vou acertar os erros futuramente. Prometo, mas somente aos que lerem....hehehehehehe

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Wear Sunscreen

Se eu pudesse dar um conselho em relação ao futuro, eu diria:"usem filtro solar". O uso em longo prazo do filtro solar, foi cientificamente provado. Os demais conselhos que dou baseiam-se unicamente em minha própria experiência.
Eu lhes darei esse conselho:
Desfrute do poder e da beleza da sua juventude.

Oh, esqueça...
Você só vai compreender o poder e a beleza quando já tiverem desaparecido. Mas acredite em mim. Dentro de vinte anos você olhará suas fotos e compreenderá de um jeito que você não pode compreender agora quantas possibilidades se abriram para você e o quão fabuloso você era... Você não é tão gordo(a) quanto você imagina.

Não se preocupe com o futuro.
Ou se preocupe, mas saiba que se preocupar é tão eficaz quanto tentar resolver uma equação de álgebra mascando chiclete. É quase certo que os problemas que realmente têm importância em sua vida, são aqueles que nunca passaram pela sua mente, tipo aqueles que tomam conta da sua mente às 4 horas da tarde de uma terça-feira ociosa.



Todos os dias faça alguma coisa que te assuste.

Cante.

Não trate os sentimentos alheios de forma irresponsável.
Não tolere aqueles que agem de forma irresponsável em relação aos seus sentimentos.

Relaxe.

Não perca tempo com inveja. Às vezes você ganha, às vezes você perde. A corrida é longa, e no final, tem que contar só com você.

Lembre-se dos elogios que você recebe. Esqueça dos insultos.
(Se você conseguir fazer isso, me diga como...)



Guarde suas cartas de amor.
Jogue fora seus velhos extratos bancários.

Estique-se.

Não tenha sentimento de culpa por não saber o que você quer fazer da sua vida. As pessoas mais interessantes que eu conheço não tinham, aos 22 anos, nenhuma idéia do que fariam na vida. Algumas das pessoas interessantes de 40 anos que eu conheço ainda não sabem.

Tome bastante cálcio.

Seja gentil com seus joelhos.
Você sentirá falta deles quando não funcionarem mais.

Talvez você se case, talvez não. Talvez tenha filhos, talvez não.
Talvez você se divorcie aos 40.
Talvez você dance uma valsinha quando fizer 75 anos de casamento.
O que você fizer, não se orgulhe, nem se critique demais.
Todas as suas escolhas tem 50% de chance de dar certo. Como as escolhas de todos os demais.



Curta seu corpo da maneira que puder.
Use-o de todas as formas que puder.
Não tenha medo dele ou do que as outras pessoas pensam dele.
Ele é o maior instrumento que você possuirá.

Dance.
Mesmo que o único lugar que você tenha para dançar seja sua sala de estar.

Leia todas as indicações, mesmo que você não as siga.

Não leia revistas de beleza. Elas só vão fazer você se sentir feio.

Saiba entender seus pais.
Você não sabe a falta que você vai sentir deles quando eles forem embora pra valer.

Seja agradável com seus irmãos. Eles são seu melhor vínculo com o passado e aqueles que, no futuro, provavelmente nunca deixarão você na mão.

Entenda que os amigos vão e vem, mas que há um punhado deles, preciosos, que você tem que guardar com muito carinho.



Trabalhe duro para transpor os obstáculos geográficos e os obstáculos da vida, porque quanto mais você envelhece, tanto mais precisa das pessoas que te conheceram quando você era jovem.

More em New York City uma vez.
Mas mude-se antes que ela te transforme em uma pessoa dura.

More no Norte da California uma vez.
Mas mude-se antes de tornar-se uma pessoa muito mole.

Viaje.

Aceite algumas verdades eternas:
Os preços vão subir,
os políticos são mulherengos e
você também vai envelhecer.
E quando você envelhecer, você fantasiará que quando você era jovem:
os preços eram razoáveis,
os políticos eram nobres e
as crianças respeitavam os mais velhos.

Respeite as pessoas mais velhas.



Não espere apoio de ninguém.
Talvez você tenha um fundo de garantia.
Talvez você tenha um cônjuge rico.
Mas você nunca sabe quando um ou outro pode desaparecer.

Não mexa muito em seu cabelo.
Senão, quando tiver quarenta anos, vai ficar com a aparência de oitenta e cinco.

Tenha cuidado com as pessoas que lhe dão conselhos.
Mas seja paciente com elas.
Conselho é uma forma de nostalgia.
Dar conselho é uma forma de resgatar o passado da lata do lixo, limpá-lo, esconder as partes feias e reciclá-lo por um preço muito maior do que realmente vale.

Mas acredite em mim, quando eu falo do filtro solar.

Texto originalmente lido por um orador em uma cerimônia de formatura nos EUA no ano de 1997

PS.: Comercial feito do texto -> Link do Youtube.

domingo, 23 de setembro de 2007

Estranho Prazer

Ela sentiu aquele olhar intenso invadir seus sentidos. Os olhos de tempestade dele mergulhavam em sua alma. Sentia-se tremer como uma menininha. Respirou fundo, e ergueu o queixo levemente, em desafio. Ele era alto... Mas ela não se deixaria dominar, ou, sabia, estaria perdida.

Outrora sentira prazer nesse tipo de situação. Um olha penetrante, seco, que rasga a alma... Já fora prazeroso e engraçado, mas não nesse momento. Agora tinha medo. Receio talvez fosse a palavra ideal. Mas ela não seria dominada tão facilmente... Não dessa vez.

Seus olhos, negros. Piscou com graça os cílios longos. A boca, carnuda, vermelha, sensual, curvou-se em um sorriso provocante. Sentia-se dona de seus atos novamente. Sentia-se a Rainha daquela relação de dominação. E por um curto lapso de segundo ela, pequenina, na ponta dos pés, ergueu o queixo não em desafio - mas na ânsia de olhar mais profundamente naqueles olhos argênteos.

E sua reação o assustou... O passo atrás que dera, apenas mostrava isso a ela. Finalmente estava na situação que desejava. Dona de si. De presa à caçadora. Não entendia os homens. Frágeis, todos... E mesmo aquele que gelaria a espinha de qualquer uma, agora não passava de apenas mais um... Como todos...

“Homens...”

Deslizou a ponta do indicador sobre aqueles lábios, umedecendo os próprios com a ponta da língua. Ele havia jogado com o coração dela, desdenhado de seu afeto mais de uma vez. Mas agora ele estava ali, ao alcance de suas mãos, de seus lábios, de seu afeto. Mas este sentimento agora estava morto em seu peito.

Felizmente aquele jogador não sabia disso. E o blefe, é o que fere os de seu tipo... Acham que estão a ganhar, e, quando apostam todas as suas fichas, perdem o que tem, e o que não tem... Nesse caso, jogava-se com emoções, não sentimentos... Aproximou-se lentamente de sua boca, quase tocando seus lábios com os dele, e sussurrou algumas palavras...

- Você...

Ele tremeu levemente sob seu toque. Ele caiu. Caiu. Um abismo escuro, tépido. Ela sorriu de encontro aos lábios dele. E selou a perdição de ambos com um beijo lascivo.

Divertia-se com a cena. Um demônio de saias... Era isso o que era, a encarnação da própria Lilith... Mas não vingava-se, apenas divertia-se. Sabia que aquilo logo teria fim, e teve sua prova quando sentiu uma mordida em seu pescoço. Ele voltava com força, e com a fúria típica dos machos, em seus olhos.

A fisgada de dor encheu seus sentidos de um prazer avassalador. Aquele momento, efêmero como todos, logo passaria. Mas, por hora, ela só queria aproveitar. No dia seguinte se culparia, choraria, amaldiçoaria o mundo e a si mesma pela vingança que na verdade a feria mais que a ele. Não era uma vingança, mal admitia para si mesma. Ela o desejava como antes, mas dizer isso era condenar-se diante do mais cruel dos Juízes.

Consciência... Não precisava de seu Grilo Falante agora. O momento estava em suas mãos, e se entregou sem importar-se com o amanhã. Sempre fora assim, não havia porque agir diferente agora. Ele sempre a tivera quando quisera, e ela sempre desejou isso...

Os braços que a envolviam com força a puxavam contra aquele corpo - um corpo tão diferente do dela própria. O cheiro da pele dele inebriou totalmente seus sentidos, e ela sentiu-se ceder quando ele sussurrou qualquer coisa ao seu ouvido. O que teria sido mesmo? Não sabia dizer. Mas estava de volta a posição de caça. Uma presa indefesa que se deleitava em servir a seu caçador.

Daria seu sangue por ele, e sabia que ele o tomaria pra si. Almofadas? Uma poltrona? Não sabia nem onde estava mais. Espaço e Tempo agora apenas constavam em uma estranha teoria de um físico maluco. Chegava ser saborosa a dor por ter os cabelos puxados. Era assim que ele chegava mais facilmente àquele que parecia ser seu objeto mais precioso. Não eram seus lábios, nem outra parte de seu corpo... Era ao pescoço que ele insistentemente buscava...

Ela arqueou o corpo, oferecendo-se para a consumação da ansiedade dele. Adorava ser sua escrava. A fisgada de dor, mais intensa, e o veio vermelho, quente, a escorrer por sua pele, diziam tudo - ele gemeu de extâse, ela o prendeu entre suas pernas. Ela o odiava mais que tudo no mundo, odiava o modo como a fazia sentir. Odiava sentir prazer em ser subjugada por ele... um prazer insano, intenso.

Talvez isso fosse amor... Sim... Tantas mentes e tanto esforço para entender uma simples palavra, e ela estava ali, definida como o seu maior antônimo. Ela amava aquele ser por odiá-lo tanto. Um último suspiro, e ele consumava seu ato. Talvez ele pensasse que apenas ele sentia prazer com aquilo, ao ver como deixara suas roupas rasgadas e seu ser jogado sobre aquela cama... Sim, uma cama e não almofadas ou sofás... Enganava-se... Era ela quem sentia o maior prazer. Não havia dúvidas.

Sorriu para ele, e acariciou seu rosto odiado. O amor escorria de seu rosto para se transformar em escuridão. Os olhos negros dela reluziam o abismo do amor que sentia por aquele ser dominador, por seu Mestre. Ela sorriu, doce e entregue. Sussurrou palavras de amor eterno.

E como sempre ele virou-se e sumiu por aquela mesma porta, deixando-a deitada e estirada em sua cama, sem nem ao menos olhar para trás, ou perder alguns segundos para lhe dizer algumas palavras de conforto. Nem ao menos um cigarro.

Colaba e Lorien

Conto de Fadas

Por que tudo sempre fora tão escuro? As coisas não deveriam acontecer como elas deveriam acontecer? Talvez todos sempre a tenham enganado... Mas é difícil... É difícil aceitar que seu príncipe encantado talvez nunca chegue em seu corcel branco, ou ainda, que os pássaros não venham sempre cantar em sua janela ao amanhecer.

Espero pacientemente por esse dia... Será que acontecerá?? Mesmo assim não me canso de todas as manhãs olhar a mesma paisagem, o mesmo horizonte a espera de príncipe encantado...

Uma manhã... Como a vida pode mudar em apenas um dia? A quem a senhora quer enganar? Como se eu, seu Grilo Falante, não conhecesse todos os seus desejos... Todos os seus anseios... Todas as suas neuras... A solidão te assusta minha pequena, e nós sabemos disso...

Exatamanete... Solidão... Não vejo a hora dessa dor passar logo!!! Mas dói tanto... Quero o meu príncipe!!! Me pegar em teus braços e me levar pra onde realmente seja o meu futuro... Mas quem será tão nobre cavalheiro?... Fico apreensiva de não reconhecê-lo, de coração não corresponder... Ah!!!

Esperança... Uma bela palavra, mas um sentimento nefasto... Ter esperança nesse sentido, é sentir pena de si mesmo... É esperar pela colheita, sem ao menos ter plantado... É flertar com a incerteza, sem ao menos colocar os pés no chão da realidade... Às vezes te vejo insegura, minha pequena... Às vezes te vejo infantil... Não seria hora de deixar as bonecas de lado?

Não sei se estou pronta... Ao mesmo tempo que acho que tenho de seguir minha vida, não consigo parar de pensar nos anseios e certezas... No que eu poderei vir a perder... Como, simplesmente deixar pra trás tudo e tomar novos objetivos?
Creio que sozinha não saberei...


Felizmente isso sempre será assim. Caso contrário, eu nem existiria... Eu conheço certamente o seu maior medo... A Solidão... Sabes qual é o meu? Tenho medo do dia em que deixarei de controlar as suas cordas... Do dia em que aprenderá a andar por suas próprias pernas... Fico feliz ao notar que esse dia cada vez está mais distante... Talvez ele nem ao menos venha a acontecer... Vocês humanos são tão interessantes...

Confesso que me cansei dessa situação, porém não sei como dar esse primeiro passo... E com certeza um dia o farei! Mas essa é a questão... Como me desprender? Arrebentar laços tão fortes não é tão simples!!!

Nada nunca é simples... Principalmente quando não o queremos...

Realmente... Preciso tomar alguma atitude... Mas, não sei. Sinto-me com um peso enorme nas costas!!! Me ajude! Mostre-me os caminhos em que eu posso seguir!!! Clareie pelo menos ao redor...

Criança... Sabe qual é o seu maior defeito, entre todos eles? Você não consegue confiar em você mesma... Talvez um dia compreenda tudo o que é, todo o poder que tem em suas palavras, em suas ações... Acreditar em destino é louvável... Esperar por ele sem ao menos tentar fazer com que aconteça, é irritante...

Só os Deuses sabem o quanto queria ir além dessa murada... Conhecer novos campos e tomar novos ares... Te confesso que tenho muito medo. Medo esse que me assombra dia após dia, e do qual eu não consigo me livrar... AAHHHH!!!!!

Se vai chorar, chorará sozinha...

Cale-se!!! Agora percebo que você é essa sombra que me segura... Em vez de me confiar, limita minha coragem!!! Em vez de me ensinar, me critica... Estou decepcionada!!!

Talvez meus ensinamentos não tenham sido em vão então... Fico feliz... Rebele-se... Rebele-se contra mim, rebele-se contra seus desejos de menina, rebele-se contra a ilusão... Eu te amo minha pequena, e por isso quero que brigue contra todos os seus monstros. E se para isso, tiver que me destruir, eu iria feliz, pois teria a certeza de ter cumprido totalmente o meu papel... Não sou seu tutor, não sou sua ama... Nunca se esqueça disso...

Então o que és?... Por favor, não me esconda mais nada!!! É uma dor imensa essa sensação... Ah...Agora tudo faz sentido... sim.. ... O que queres de mim?... Porque estás comigo, sendo que me aprisionaste até o momento?... Vamos, responda!!

Esconder? Nunca faria isso... E como diz não saber quem sou? Eu sou você... Se eu fosse alguém, como se sentiria sozinha comigo? Nunca estranhou não me ver? Nunca estranhou eu ser apenas um pensamento? Talvez eu perca meu tempo mesmo aqui...

Chore pequena... Chore e com esse choro liberte-se de mim. Um choro que marca uma passagem. Eu deixo uma menina ao chão chorando, na certeza de que faço nascer uma mulher... Um dia será grata por esse dia. Infelizmente não se lembrará mais de mim... Quem nunca teve seu Grilo Falante?

Colaba e LadyMarien

O Lobo

Eu sou o lobo...

E por mais que possam ter arrancado as minhas presas e cortado as minhas garras, eu sou o lobo...

Pois um lobo não se faz por sua pele ou por seu sangue, mas sim por seus instintos, e eu sou o lobo...

Não queria se enganar... Cães podem ser domesticados, cães são leais, cães são submissos... Não espere que eu abane meu rabo para você, pois eu sou o lobo...

Lobos seguem seu instinto por sangue. Enquanto você os mantiver saciados eles podem estar ao seu lado, mas, qualquer nova presa os afastará de você. Tome cuidado, eu sou o lobo...

Meus olhos te ferirão e te usarei como a mais insignificante das presas que é. Desejo a sua carne e nada mais. Lembre-se, eu sou o lobo...

O lobo é o que sou...

Colaba

Cordas da Vida

Eu sempre procurei o algo a mais. Não que eu só me contentasse com o melhor. Não, longe disso. Talvez fosse apenas o instinto humano em busca de sobrevivência. Mas hoje, a luta que já foi por comida, território e poder, se transformou pela busca pela mulher mais bela, a melhor casa, o carro do ano, o cargo nas grandes corporações, as grandes corporações. É... O ser humano anda cada vez mais selvagem. Será? Talvez as mesmas coisas que nossos ancestrais buscavam, nós busquemos hoje. Talvez as intensidades e os nomes sejam diferentes. Talvez, e apenas talvez...

O certo é que todos – e me incluo infelizmente nesse todo – desejamos manipular. O que não percebemos, talvez apenas por não abrirmos nossos olhos, é que todos somos marionetes nesse grande jogo chamado vida. E por mais que estejamos manipulando várias marionetes – sim, pois desde nossos filhos e criados que fazem o que desejamos, à mulher que induzimos ao sexo simplesmente pelo prazer, de um modo ou de outro, com flores ou dinheiro, manipulamos – sempre teremos as nossas cordas nas mãos de outro alguém. Seria isso Deus? A vida é mesmo injusta...

E o grande manipulador, que desde sempre somente soube brincar conosco, deve andar a se divertir, ao lado de seus asseclas, com todas as marionetes em suas mãos. Todas descartáveis, diga-se de passagem, que quando atingem seus objetivos, são deixadas de lado ou postas à mofar. Sempre foi assim. Sempre...

Hoje entendo a insanidade, talvez por me aproximar tanto deste estado, e não sei ao certo se isso é bom ou ruim. O conhecimento sempre foi a maior busca do homem, à frente de todos os outros motivos, mesmo que não pareça. Mas o conhecimento fere. Antes eu não soubesse...

Colaba

A Longa Vereda

Mais um dia comum. Eu, cercado de outros iguais a mim, trilhando meu caminho por uma estrada de terra sem fim, sob um sol escaldante a me fustigar.

Passo por homens caídos... Sinto a cabeça pesada! Tiro meu elmo, e posso sentir meu suor. Não, não se trata apenas de suor. Tenho a boca invadida... O gosto férreo de meu sangue misturado ao meu suor me dá ânsia!

Até quando?

Chegamos à mais uma aldeia. A recepção das crianças é sempre a mesma... Correndo, sorrindo e brincando.

A mão na cabeça de uma, um sorriso falso para outra. Tenho que me mostrar forte agora. Não posso mostrar fraqueza. Não posso mostrar meus medos!

Até quando? Até... quando?

Colaba

Despedida

Despedidas nunca foram agradáveis para ele. Mas afinal, para alguém o é? Ele já nem podia mais responder a essa pergunta. Apenas podia afirmar que, em certos momentos, elas eram necessárias. E ele encontrava-se justamente em um destes raros e desagradáveis momentos.

Como diria para sua mãe, que iria para tão longe? Como lidaria com a reprovação de seu pai? Com que olhar encararia seu cachorro? Com que doces palavras enxugaria as lágrimas de seu grande amor?

Ele não podia... E sabia disso. Por mais que pudesse se esforçar, nunca diria tudo o que era necessário. As palavras lhe prenderiam a garganta, e o choro, lhe turvaria a visão.

Lembrou-se dos pequenos detalhes. De fazer sua cama, e tirar sua escova-de-dentes do armário do banheiro. Sua mãe não merecia ter que arrumar suas coisas depois que ele partisse.

E meio à suas pequenas coisas, encontrou muitas lembranças. Nunca poderia dizer como se sentiu bem, toda vez que sua mãe lhe dera um de seus beijos medicinais, ou ainda, quando seu pai, mesmo cansado, o acolhia em sua cama quando na presença de maus um de seus pesadelos. Não poderia expressar todo o contentamento pela companhia do pequeno animal, nos dias mais chuvosos de sua vida, muito menos, como se apaixonou com aquele primeiro sorriso.

Ele não podia dizer, mas podia escrever. E num pequeno pedaço amassado de papel, escreveu tudo o que desejava falar, e terminou num belo e grande ‘adeus’.

Ele já podia partir. Apertou mais uma vez então o nó em volta de seu pescoço, para finalmente jogar-se daquele banco.

Colaba

O Vôo do Urubu

Urubus voando ao meu redor. Parece que apenas esperam o momento em que minhas forças, já exauridas, finalmente acabem, e meu corpo, já desfalecido, toque o chão.

Por que me deixastes aqui?

Sinto em minha já cansada mão direita, o peso do grilhão que me colocaste. À um primeiro olhar, belo e brilhante. Porém, aos meus olhos, o fardo mais cruel de todos.

Por que me deixastes isso?

Fúria... Palavras me vêm à boca. Palavras sempre foram somente palavras. O sentimento ainda é maior do que todas elas. Não seria eu, em minha pequenez, que poderia expressá-los.

Por que me deixastes assim?

Já não sei se são os urubus que me esperam, ou se sou eu quem os espera. Entrego-me às lágrimas... Aos urubus... À morte... À você!

Por que me deixastes?

Colaba

Bons Tempos

Ela sempre esteve ao seu lado e ele sempre fora grato por isso. Ele sorri, e segura firmemente a sua mão.

- É querida, passamos bons momentos juntos...

Um beijo na testa da amada. Ele acaricia os cabelos agora grisalhos, e ao fitá-los, recorda-se dos dias em que eles eram negros como o carvão.

Ela olha para ele. Uma lágrima escorre por sua face, e a água escorrendo lhe remete à outras lembranças...

Ele lavando seu recém adquirido carro, no auge de seus trinta anos. Ela aparece, bela tal qual uma ninfa. Seus vinte e poucos anos lhe eram agradáveis, e certamente ela lhe daria belos filhos, seu maior sonho.

O dia parecia propício para isso, e ela transparecia fertilidade. Ele a via nua, sob aquele vestidinho florido que insistia em lhe marcar todas as curvas.

Ela se aproxima calmamente e lhe beija a boca. Parecia que vinha para lhe ajudar, já que pega a bucha, totalmente embebida de sabão, e se dirige ao carro.

Ledo engano. A pequena entorna todo o balde cheio de espuma em sua cabeça. Ela era uma moleca, e era isso o que mais ele amava nela. Ela lhe fazia sentir-se jovem.

Num impulso, ele aponta o esguicho d’água que segurava em direção à mulher. A água fria escorre por seu corpo e ela corre para se proteger.

Um grito, um caminhão, uma buzina...

Piiiiiiii!!!!!!!

- ENFERMEIRA!

Ele está de volta, de frente ao leito de sua mulher. Os aparelhos buzinam. Ele delicadamente fecha os olhos da doce amada. Sabe que ali morre uma grande parte dele. A mais bela de todas...

Colaba

Olhos de Menina

Sexta-feira... Não existe pior dia em toda a semana para se fazer hora-extra. Nunca antes me apeguei à superstições baratas, e não seria agora que o faria, mas começo a me indagar, e sinto certo pavor ao perceber isso, se não seria mal do dia em que vivia. O certo é que, independente das superstições, nessa sexta-feira treze, trabalho até as sete e dez da noite, duas horas e dez minutos além de meu expediente normal.

Lá fora, a noite parece refletir todo o meu humor: céu negro e a chuva fina, que parece fazer questão em me castigar enquanto subo a avenida desértica e escura, cabisbaixo, com medo de ser assaltado novamente. Segurança é uma das palavras que, com os anos de vivência nessa cidade imunda, aprendi a não respeitar.

Poucas pessoas a passar pela rua. Todas ridiculamente e exageradamente estranhas. Talvez seja o estado de apreensão em que me encontro. Talvez não... E ainda talvez, ridículo não fosse a palavra mais adequada para tal quadro. A palavra assustadoramente, sem sombra de dúvidas se encaixaria muito melhor à situação.

No ponto-de-ônibus, encontro um quadro muito semelhante. Talvez até um tanto quanto pior. Três, quem sabe cinco pessoas, que não se olham, e ficam visivelmente irritadas quando as fito. Começo a pensar se eu também não ficaria. Não encontro resposta para isso. Mas algo me diz que certamente, meu dia ainda poderia piorar...

Sete e meia. Meu ônibus, parecendo estar tão cansado quanto eu, finalmente chega ao ponto. Esboço um falso sorriso amarelo ao motorista ao entrar, e entrego um amassado passe para o cobrador. Passo a roleta com dificuldade, pensando se esta não poderia ser um pouco mais estreita, e me sento na primeira cadeira, a que tem à sua frente o vidro que separa a ala da frente, com a de trás do ônibus. Em síntese, a separação de idosos e pessoas ativas.

O tédio me consome! Não vejo a hora de pisar em casa e tomar um belo banho quente. Eu sei que merecia isso e que não estava muito longe de alcançá-lo. Mas nem mesmo o som do ônibus vazio partindo de meu ponto, rumando para o tão sonhado banho, me oferece algum motivo para sorrir.

Dois quarteirões, e o ônibus novamente para. Uma senhora idosa, e uma pequena garota loira, com os cabelos presos em duas trancinhas, dos olhos grandes e azuis, aparentando ter cinco, talvez quatro anos e que insistia em segurar firmemente a mão direita da mulher, se sentam numa cadeira entre o vidro e eu.

Meu pensamento está longe, estou absorto em meus problemas e preocupações, quando percebo a pequena, a me fitar com seus enormes olhos azuis. Retribuo o olhar, e o complemento com um leve sorriso de canto de boca. Posso ver sua alegria, quando me devolve um enorme sorriso. Ficamos sorrindo e olhando um para o outro, num breve espaço de tempo, que parece se transformar em uma eternidade.

Ela começa a desenhar nas janelas embaçadas do ônibus. Estrelas, corações e alguma escrita que não consigo entender, talvez fruto de sua imaginação. Faço o mesmo, e me pego desenhando em uma janela de ônibus. Ela fica feliz. Eu já me sentia feliz!

Mas ela não estava só, e nesse momento, a velha que a acompanhava, provavelmente sua avó, começa a me olhar de um modo reprovador. Será que ela poderia pensar que eu teria algum pensamento ruim para com a garota? Não poderia ser... Mas seu olhar continuaria a me reprovar por muito tempo.

Acabo me distraindo da pequena. Achava melhor não dar mais motivos para que a ignorância da velha pudesse criar novas sujeiras em sua mente. Mas não consigo ficar assim por muito tempo, pois vendo que eu deixava de lhe dar atenção, a garotinha começa a apagar seus desenhos. Ela tenta também apagar os meus, mas seus bracinhos não os alcançam. Eu os apago, vendo que era isso que seus olhos me pediam. Ela sorri novamente.

Foi então, que pela primeira vez, posso ouvir sua suave voz. Ela começa a cantar algo, que não consigo entender, por causa do barulho do motor. Em minha cadeira, também canto algo. Por mais que tenha cantado por um certo tempo, não posso me recordar da canção. As palavras vinham de minha alma, não de minha boca.

Já não é mais apenas a velha que começa a ter maus pensamentos sobre minhas intenções com a garota. Agora, o cobrador tenta começar a chamar sua atenção, para que ela esquecesse de mim, e fosse falar com ele. Gente ignorante. O mesmo quadro negro de outrora, volta a meus olhos. Por que eu não podia ficar simplesmente com aquele belo quadro multicolorido? Aquele arco-íris de alegria...

Mais uma vez, me distancio da pequena. Mas não por muito tempo, pois esta, começou a fazer caretas para mim. Encostando seu nariz no vidro, mostrando a língua. Meu coração gargalha, e começo também a fazer caretas para ela.

Estou segurando o cano que segura o vidro de separação, quando finalmente ela toca a minha mão. Um frio enorme me toma a espinha. Sinto o coração bater mais forte, e acaricio sua pequena mãozinha.

Vôo muito longe, enquanto acaricio a delicada e macia mão. Começo a pensar, como um pequeno gesto de uma garotinha, podia ter mudado um dia tão ruim. Fico realmente feliz. Ainda bem que a inocência das crianças, está acima da ignorância dos adultos. O que apenas os adultos fizeram crescer e arder, com pouco esforço, uma criança consegue desfazer.

Acordo de meus pensamentos, com os gritos da velha, que puxa a garota para longe de mim, chegando a machucar o braço da pequenina, que chora. Todos no ônibus me olham com ar de reprovação.

- Aonde já se viu, homem do teu tamanho se engraçar por uma menininha... Eu devia era chamar a polícia!

Eu apenas sorrio para a mulher. Não tenho palavras para rebater a sua ignorância. Mais uma vez um adulto consegue apenas destruir, com palavras, o que um simples olhar de uma criança consegue construir.

Fico feliz ao ver que o ônibus se aproxima de meu ponto. Puxo a corda e ouço o sinal para que o motorista pare. Ele para em meu ponto. Desço, ainda sob a chuva que se torna mais forte, e posso ver a garotinha acenando com a mão, me dando um tchau e me fitando com seus enormes olhos pueris.

Um sorriso toma o meu ser, enquanto aceno de volta para ela...

Colaba

Deixando um Pedaço de Vida

O rapaz na cadeira-de-rodas vendendo panos-de-prato, a senhora gorda que passa de mãos dadas com a neta, o menino engraxando os sapatos do doutor, o executivo falando ao celular enquanto vai com sua maleta, o velhinho e a velhinha que choram a se despedirem da filha que vai com o neto, e o garoto sentado escrevendo em um pedaço de papel amassado.

A mulher que passa de minissaia e os olhos a lhe seguir, um mundaréu de pessoas a ir e a vir, e o garoto sentado escrevendo em um pedaço de papel amassado.

Mais um ônibus chega. Pessoas descendo, o rapaz a pegar as malas, o motorista descontente a jogar sua cólera nas costas das pessoas que estão a embarcar. Mais um ônibus se vai, e o garoto sentado escrevendo em um pedaço de papel amassado.

O faxineiro a varrer, o guarda a rondar, e o garoto sentado a escrever em seu pedaço de papel amassado.

Mais um ônibus vem. Pessoas a passar, o rapaz das malas, o motorista confirmando os bilhetes, uma japonesa acendendo seu cigarro, o rapaz da cadeira-de-rodas com seus panos, o senhor vendendo algodão doce e um pedaço de papel amassado no chão.

E mais um ônibus se vai...

Colaba

O Jardim

Oh belo jardim...

Sua mulher cultivava o mais belo dentre todos os jardins. Um vistoso gramado que circundava a mais bela e rosada de todas as flores que já havia visto.

Seus traçados, suas formas. Planícies e encantos. Como adorava aquele gramado que tão minuciosamente sua mulher aparava.

Adorava perder-se nele e saborear o perfume que tão majestosa flor exalava.

Todos os dias, após o serviço, desfrutava do jardim da mulher, que sempre o fazia também, em sua presença ou não.

Até que um dia, ao voltar do serviço, descobriu que a mulher havia cortado o gramado, deixando-lhe apenas a solitária flor.

Oh dor... O jardim perdera o encanto para ele.

Mas, ao ver a tristeza da mulher, que sempre zelara do jardim por ele, e que agora mais uma vez apenas queria agradar-lhe, correu a apreciar a flor.

Mais valia um sorriso da mulher, do que o mais vivo dos jardins.

Colaba

Medo de Escuro

Quem acredita em monstros?

Quem teme aquilo que não pode ver? Enxerga olhos no escuro? Sente-se seguido quando só? Teme o que pode existir embaixo de sua cama? Grita ao abrir um guarda-roupas? Não anda só à noite?

É fácil entender porque apenas crianças e loucos acreditam em monstros...

Mas quem nunca teve medo de se apaixonar? As feridas de um amor não correspondido, ou que se acaba sem ter um fim, não podem ser comparadas com a dor de nenhuma das chagas humanas. Tememos o que não controlamos.

Quem nunca sofreu com a inveja? Basta notar a quantidade de simpatias contra o mau-olhado... Colocamos a culpa de todos os nossos fracassos, na má intenção de outros. Vemos olhos aonde não existem.

Quem nunca se sentiu perseguido? Por seus chefes, professores, pais... Nunca somos fracos. Nunca somos incapazes... Sofremos sim, com a perseguição.

Quem não teme a traição? Mesmo os casais mais perfeitos e unidos, um dia têm problemas com a tentação. Mesmo os sentimentos mais puros, um dia caem perante a mais suja das tentações... Nossas camas estão infestadas de amantes.

Quem nunca sofreu por não ter o que vestir naquela ocasião especial? Nunca estamos satisfeitos com o que temos. O muito é sempre pouco. Somos consumistas, e a falta de posses nos deixa histéricos.

Quem não teme a violência das cidades? Ninguém está seguro. O mal está por toda a parte. Somos vítimas de nossa própria ânsia por matéria, Estamos presos, não podemos mais caminhar em paz...

Quem acredita em monstros?

Colaba

A Blusa Roxa

Quando pensamos em nossas juventudes, muitos pensamentos nos vêem à mente. Paixões, ideais, sorrisos... Quando penso em minha juventude, vejo mais que isso. Vejo minha velha blusa de malha roxa, com seu inigualável gorro.

Isso mesmo, minha velha blusa roxa. Odiada pela minha mãe, e tão adorada por mim. Éramos inseparáveis. Lembro de poucos dias em minha vida em que deixei de usa-la.

Ela era o marco de minha criatividade. Com ela fui guru, monge, ninja, assassino, sábio, misterioso... Todos os personagens de uma mesma pessoa.

Agora sim posso lembrar das paixões, dos ideais, dos sorrisos...

É estranho abrir meu guarda-roupas, uma década e meia depois, e ver que ela ainda está lá. Talvez seja meu maior bem, a herança que passarei aos meus filhos. Talvez por isso a guarde por tanto tempo...

E mesmo com todos seus furos e rasgos, a visto uma última vez, na vã esperança de quem um dia você ainda possa voltar para ela...

Colaba

sexta-feira, 1 de junho de 2007

O que é Beleza?

Belo é o pássaro que busca a semente
em um vôo suave e inocente;

Bela é a flor de cerejeira que floresce poucos dias,
Mostra sua cor e aos olhos traz alegria;

Belo como o sol, é o sorriso de uma criança
Feliz com brincadeiras, sorriso e dança;

BELO, tão belo e aterrador. É o mar e suas correntes.
Ondas enormes, praias lindas, alimentam o coração da gente;

Bela é a vida, tão forte e ao mesmo tempo fugaz,
Mas se tu olhar de frente, beleza é o que a vida traz.



by Márcio - Marushio

terça-feira, 29 de maio de 2007

Papai Noel com Stress

Kerido Papai Noéu

Eu queria ganhá um joginho espasiau de prezente de natau...
Tenho cido um boum minino neste ano. Ti adoro,
Marco.

Querido Marco:
Sua ortografia é excelente!!!
Parece um índio escrevendo...
Definitivamente terá uma brilhante carreira na vida...
Como auxiliar de pedreiro!!!
Tem certeza que você não prefere um livro de português?
Quanto ao joguinho espacial, darei ao seu irmão, pelo menos ele sabe escrever!!!
Um abraço,

Papai Noel

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Querido Papai Noel:

Não sei se voce pode, mas gostaría de ver meus pais juntos outra vez este ano.

Com amor

Julia

Querida Julia:

E o que você quer garota?
Que eu arruine a relação de seu pai com a sua secretária?
Deixe ele se divertir com uns seios de verdade!!!
Melhor te dar uma
Barbie...

Papai Noel

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Querido Papai Noel

Tenho sido uma boa menina este ano.
A única coisa que peço é paz e amor para o mundo...
Com amor,

Sara

Querida Sara:
Você anda fumando maconha?
Papai Noel

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Querido Papai Noel:

Poxa, fazem 3 anos que venho pedindo um caminhãozinho de bombeiro e nada...
Por favor vê se desta vez você me traz um!!! Obrigado,
Luis

Querido Luis:
Seus pedidos já me encheram o saco!!!
Outra coisa ... não é "fazem 3 anos"... cacete, não aprendeu ainda?
Use sempre "faz 1 ano"; "faz 3 anos"; "faz 2.000 anos".
O verbo fazer no sentido de tempo não vai no plural . ah deixa prá lá ...
Mas enfim, desculpe-me por favor. Quando você estiver dormindo,
incendiarei a sua casa. Assim terá todos os caminhões de bombeiros que sempre desejou!!!

Papai Noel

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Querido Papai Noel:

Quero uma bike, um nintendo, um computador, Uma caixa de lego, um cachorrinho, um ponei e uma guitarra.
Com carinho,

Tibúrcio

Querido "T I B Ú R C I O":
E no cuzinho não vai nada???
Quem foi o infeliz que te deu esse nome?
Huahuahuahuahua!!!
Na verdade você não quer porra nenhuma não é mesmo?
Porém tenho uma sugestão...
Por que você não pede um nome novo?

Papai Noel

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Querido Papai Noel:

Deixei embaixo da árvore de natal umas empanadas para você e cenouras para as renas.
Um beijinho,

Susane

Querida Susane:
Empanadas me dão diarréia, e cenouras fazem minhas renas peidarem em minha cara...
Quer me agradar sua puxa-saco? Ao invés de porcarias, ponha uma garrafa de Chivas,
uns Toblerones e convença a sua mãe a se pôr com aquela lingerie transparente que ela usa
com o carpinteiro.

Um beijão,

Papai Noel

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Querido Papai Noel:

Como diz aquela canção: "Venha velhinho, de noitinha, quando durmo meu soninho..."
Espero você Noelzinho!!!
Te adoro,

Jéssica

Querida Jéssica:

Como você é ingênua!!!

Bom saber, pois este ano vou assaltar a sua casa!!!


Autor desconhecido

quinta-feira, 3 de maio de 2007

BONSAI

Harmonia entre o Homem, a Natureza e o Universo

"O bom proceder consiste em sermos em tudo sinceros e conformarmos a alma com a vontade universal, isto é, fazer aos outros aquilo que desejamos que nos façam."

"O Homem de bem exige tudo de si próprio; o homem medíocre espera tudo dos outros."

"A maior glória não é ficar de pé, mas levantar-se cada vez que se cai."

"Só os grandes sábios e os grandes ignorantes são imutáveis."

"Não são as ervas daninhas que matam a boa semente, mas sim a negligência do camponês."

"Para onde quer que tu vás, vai todo, leva junto teu coração."

"Transportai um punhado de terra todos os dias, e fareis uma montanha."

"Não corrigir nossas faltas é o mesmo que cometer novos erros."

"Escolha um trabalho que tu ames, e não terás que trabalhar um único dia em tua vida."

"Não te suponhas tão grande a ponto de pensar e ver os outros menores do que tu."

"Aquele que mais estima o ouro do que a virtude há de perder a ambos."

"Muito sabe quem conhece a própria ignorância."

"Todas as coisas possuem beleza, mas nem todos a vêem."

"Deves ter a cabeça sempre fria, o coração sempre quente e a mão sempre larga."

"Deixa o caráter ser formado pela poesia, fixado pelas leis do bom comportamento e aperfeiçoado pela música."

"Nunca faças aposta. Se sabes que vais ganhar és um patife, e se não sabes és um tolo."

"Até que o sol brilhe, acendamos uma vela na escuridão."

"Onde há justiça não há pobreza."

"Pagai o bem com o bem e o mal com a justiça."

"Algum dinheiro evita preocupações; muito, as atrai."

"Conte-me, e vou esquecer. Mostre-me, e eu vou lembrar. Envolva-me, e eu vou entender."

"Quando nasceste, ao teu redor todos riam, só tu choravas. Faze por viver de tal modo que, à hora da tua morte, todos chorem, só tu rias."

"Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinhos. Outras há que gargalham de alegria por saber que os espinhos têm rosas."

"A ignorância é a noite da mente, mas uma noite sem luas e estrelas."

"Exige muito de ti e espera pouco dos outros."

terça-feira, 24 de abril de 2007

O Caminho Estelar

Na Primeira sinto o ar;
Na Segunda um touro a me barrar;
Na Terceira me olho no espelho;
Na Quarta ando como um carangueijo;
Na Quinta força de um leão;
Na Sexta pureza no coração;
Na Sétima a equilibrar;
Na Oitava sinto um escorpião;
Na Nona tenho uma direção;
Na Décima um poder sem noção;
Na Décima Primeira onde os peixes estão,
Na Décima Segunda a nadar;
Para tudo de novo atravessar;
Um Zodiaco a te identificar,
Está no seu coração,
Queira você ou não.


By Arthur Schveitzer Ferreira

terça-feira, 17 de abril de 2007

EU TE AMO NÃO DIZ TUDO

O cara diz que te ama, então tá! Ele te ama. Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado. Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas ouvir que é amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de quilômetros. A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e palavras, precisa de lealdade, sinceridade, fidelidade...

Sentir-se amado, é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você quando preciso.

Sentir-se amado é ver que ela lembra das coisas que você contou há dois anos atrás; é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver ela ficar triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d'água.

Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão...

Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente inteiro.

Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que tudo pode ser dito e compreendido.

Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem levantar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo.

Sente-se amado quem não ofega, mas suspira;
Quem não levanta a voz, mas fala;
Quem não concorda, mas escuta.

Agora, sente-se e escute: Eu te amo não diz tudo!
"Me ame quando eu menos merecer, pois é quando eu mais preciso".

Arnaldo Jabor

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Ameno - Amenizar

Dori me - Sinta minha dor
Interi mo, Adapare - Absorve-me, Toma-me
Dori me - Sinta minha dor
Ameno, Ameno - Liberta-me, Liberta-me
Lantire, Lantire mo - Descubra-me, Descubra meus sinais
Dori me - Sinta minha dor

Ameno, Omenare, imperavi - Suaviza esta dor, Conforta-me
Ameno, Dimere, dimere - Perceba, Perceba
Mantiro, Mantire mo - Mutilaram-me, Machucaram-me
Ameno - Liberta-me

Omenare, imperavi emulari - Suaviza esta dor, Conforta-me
Ameno - Perceba, Perceba
Omenare, imperavi emulari -
Suaviza esta dor, Conforta-me

Ameno, Ameno dore - Liberta-me, Ameniza a dor
Ameno dori me -
Ameniza minha dor
Ameno dori me - Ameniza minha dor

Ameno, Dom - Liberta-me, Senhor
Dori me, Reo - Alivia minha dor, Rei
Ameno dori me -
Ameniza minha dor
Ameno dori me - Ameniza minha dor

Dori me, Dom - Tira-me esta dor, Senhor


Grupo Era - Latim / Português