sábado, 27 de dezembro de 2008

Don't Look Back

Todos nos imaginamos como agentes de nosso destino. Capazes de determinar o próprio destino. Mas nós temos realmente escolha de quando levantar? De quando cair? 
Ou existe alguma força maior que nós que faz o caminho?
É a evolução que nos guia pelas mãos? A ciência que dita o caminho? Ou é Deus que intervém? Nos mantendo seguros.

(...)

Mesmo com todo o seu poder, é um defeito do homem não poder escolher o seu destino. Ele pode apenas escolher como reagirá quando o chamado do destino vier. Esperando ter a coragem para responder a altura.

Heroes

Gênesis

De onde vem... essa busca, essa necessidade de solucionar os mistérios da vida? Quando nem as mais simples perguntas podem ser respondidas.
"Por que estamos aqui?", "O que é a alma?", "Por que sonhamos?".
Talvez as pessoas devessem parar de procurar o significado dessas coisas.
Sem interromper, sem desejar.
Essa não é a natureza humana.
Não é o coração humano.
Não é por isso que estamos aqui.

(...)

Essa busca, essa necessidade de solucionar os mistérios da vida. No final, o que importa se o coração humano só pode encontrar significado para os menores momentos?
Eles estão aqui. Entre nós.
Nas sombras, na luz. Em todo lugar.
Eles têm conhecimento disso?

Heroes

Dualidade

No sexto dia, Deus criou o Homem à sua imagem e semelhança. Agora depende de nós entender tudo isso.
O certo, o errado.
O bem, o mal.
Em cada um de nós está a capacidade para decidir o que move nossas ações.
Então, o que é isso que faz alguns escolherem a abnegação, a necessidade de se devotarem a algo maior... Enquanto outros só conhecem seus próprios interesses? Isolando a si mesmos num mundo que eles mesmo criam?
Alguns buscam amor, mesmo que não seja correspondido, enquanto outros são movidos pelo medo e a traição.
Há aqueles que vêem suas escolhas como prova obscura da ausência de Deus, enquanto outros seguem pela vereda do destino nobre.
Mas no final, o bem, o mal, o certo, o errado, o que escolhemos nunca é o que realmente precisamos. Pois essa é a brincadeira cósmica final. O verdadeiro presente que Deus deixou...

(...)

Há o bem, e há o mal.
Certo e errado.
Heróis e vilões.
E se formos abençoados com o bom senso, então há vislumbres entre as fendas nas quais os feixes de luz atravessam.
Esperamos em silêncio por essas horas.
Quando a razão prevalece...
Quando a existência insignificante entra em foco. E nosso propósito se apresenta.
E se tivermos a força para sermos honestos, então o que encontraremos nos encarando é o nosso próprio reflexo, colhendo o testemunho de dualidade da vida.
Que cada um de nós, é capaz de estar na escuridão e luz.
Do bem e do mal.
Ou ambos... De todos.
E o destino, enquanto marcha em nossa direção, pode ser redirecionado pelas escolhas que tomamos.
Pelo amor que guardamos e promessas que mantemos.

Heroes

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Indicação ao Caboré 2008

E assim, depois de muito esperar, num dia como outro qualquer, decidi triunfar...
Decidi não esperar as oportunidades e sim, eu mesmo buscá-las.
Decidi ver cada problema como uma oportunidade de encontrar uma solução.
Decidi ver cada deserto como uma possibilidade de encontrar um Oásis.
Decidi ver cada noite como um mistério a resolver.
Decidi ver cada dia como uma nova oportunidade de ser feliz.
Naquele dia, descobri que meu único rival não era mais minhas próprias limitações
e que enfrentá-las era a única e melhor forma de superá-las.
Naquele dia, descobri que eu não era o melhor e que talvez eu nunca tivesse sido.
Deixei de me importar com quem ganha ou perde.
Agora me importa simplesmente saber melhor o que fazer.
Aprendi que o difícil não é chegar lá em cima e, sim, deixar de subir.
Aprendi que o melhor triunfo é poder chamar alguém de "amigo".
Descobri que o amoré mais que um simples estado de enamoramento,
o amor é uma filosofia de vida.
Naquele dia, deixei de ser um reflexo dos meus escassos triunfos passados
e passei a ser uma tênue luz no presente.
Aprendi que de nada serve ser luz se não iluminar o caminho dos demais.
Naquele dia, decidi trocar tantas coisas...
Naquele dia, aprendi que os sonhos existem para tornar-se realidade.
E. desde aquele dia, já não durmo para descansar.
Simplesmente durmo para sonhar.

Para quem quer ver o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=FOsr5DGJdTA

Walt Disney

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

"O que é a filosofia?" em menos de 3 mil palavras

Da maneira como a desenvolvo, a filosofia tem uma dupla acepção. De um ponto de vista geral, ela é uma narrativa de desbanalização do banal. De um ponto de vista específico, ela é uma investigação que lida com os mecanismos que nos fazem tomar o aparente pelo real – se é que estamos envolvidos nesse problema. Essa maneira de descrever o que faço como filósofo é o melhor modo que encontrei para colocar meu leitor, de modo rápido, inteirado a respeito do que é o meu cotidiano.

Tudo que vejo e que os outros também enxergam todos os dias se torna banal para nós. O trânsito não funciona na cidade de São Paulo e o prefeito diz que está tudo bem. Alguns reclamam. Mas a pressão do trabalho faz com que todos entrem no ônibus lotado e se submetam a condições desumanas para ir para o serviço. Eis que em determinado momento, ninguém reclama mais. Toma-se como banal que o trânsito não funcione. Ocorre aí a banalização de nossa própria vida. Então, é hora do filósofo mostrar uma cidade grande, em outro lugar, em outro país, onde o trânsito funciona – para desbanalizar o nosso banal, que é o trânsito não funcionando.

O filósofo é aquele que vê o que todos vêem todos os dias, mas ele, diferente de outros, aponta para situações em que aquilo que é visto não é algo que deveria estar ali como está. Poderia não estar. Talvez devesse não estar como está.

Até aí, estou no âmbito da minha atividade de desbanalizador do banal. Caminho na função da filosofia, assumida de acordo com a acepção geral que dou a ela. Mas essa desbanalização do banal me conduz para à minha segunda acepção de filosofia.

Entro em casa, ligo a televisão e vejo o prefeito, de helicóptero, passeando por cima de São Paulo e afirmando que o trânsito em São Paulo não é tão ruim, que “sempre foi dessa maneira”, que São Paulo é muito grande e que com 22 milhões de pessoas aglomeradas “não poderia ser diferente”. Eis que está na sala um vizinho, e ele apóia o prefeito. Ele acredita que, de certo modo, o prefeito está certo. Como poderiam 22 milhões de pessoas aglomeradas, todo mundo de carro, não congestionar a cidade – impossível. O jeito de lidar com a coisa, então, é uma só: paciência – esta é a fórmula do prefeito e do meu vizinho. Bem, diante dessa conclusão do meu vizinho, minha atividade de desbanalização do banal caminha para o campo da minha segunda acepção de filosofia. Pois o que meu parente está fazendo é simplesmente parar de pensar e aceitar o discurso – ideológico – do prefeito.

O problema, então, não é o de convencer o meu vizinho de que o prefeito está usando de um discurso ideológico. O problema filosófico, neste caso, é mais complexo. O filósofo não é o que vai desideologizar o discurso do prefeito. O filósofo é o que vai investigar para entender quais os mecanismos (se é que existem) tornaram o vizinho capaz de tomar o aparente – o problema do trânsito não tem solução – pelo real – o problema do trânsito deve ter solução, uma vez que a racionalidade em outros lugares eliminou tal problema.

Paul Ghiraldelli Jr.

Dálogo Filosófico

As coisas não são o que são, mas também não são o que não são - disse o professor suíço ao estudante brasileiro.

Então, que são as coisas? - inquiriu o estudante.

As coisas simplesmente não.

Sem verbo?

Claro que sem verbo. O verbo não é coisa.

E que quer dizer coisas não?

Quer dizer o não das coisas, se você for suficientemente atilado para percebê-lo.

Então as coisas não têm um sim?

O sim das coisas é o não. E o não é sem coisa. Portanto, coisa e não são a mesma coisa, ou o mesmo não.

O professor tirou do bolso a não-barra de chocolate e comeu um pedacinho, sem oferecer outro ao aluno, porque o chocolate era não.

Carlos Drummond de Andrade

domingo, 31 de agosto de 2008

Eternal Sunshine of the Spotless Mind

"How happy is the blameless vestal's lot!
The world forgetting, by the world forgot.
Eternal sunshine of the spotless mind!
Each pray'r accepted, and each wish resign'd."

......

Feliz é a inocente vestal!
Esquecendo o mundo e sendo por ele esquecida.
Brilho eterno de uma mente sem lembranças
Toda prece é ouvida, toda graça se alcança...

Alexander Pope

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Brasil über alles

Guadalajara. Jogo duro. Carlos Alberto acerta Lee.

Xangai. Marta voa sobre a adversária.

Os juízes fazem vista grossa.

Guadalajara.

Tostão mete a bola entre as pernas de Bobby Moore.

A bola passa por Pelé...

Uma bomba de Jairzinho acerta o ângulo de Banks.

Xangai.

Cristiane dribla mortal entre as pernas da zagueira alemã.

A bola passa por Marta?

Uma bomba de Formiga ganha as redes de Angerer.

A seleção de 70 era mestre no contra-ataque imortal?

Marta recebe na sua intermediária e avança. Livre.

Érica atrai a marcação e a bola sai dos pés de Marta. Simples e solene.

Cristiane surge clarividente e toca de canhota no canto, rasteiro, gol.

Tostão?

Novo contra-ataque. A bola chega aos pés de Marta.

No instante seguinte a bola ganha as redes sutil: 3 x 1.

Fim de jogo. Bola de pé em pé.

Será Clodoaldo fintando quatro italianos?

Não! É Cristiane dançando entre as alemães: 4 x 1!

Milagre de Félix. Milagre de Bárbara.

Guadalajara já não é Xangai. Subitamente surge sobre o mar um estádio Azteca.

Azteca, casa do futebol nos Jogos Olímpicos de 1968. Há 40 anos.

Quando as mulheres batiam palmas e não ousavam entrar em campo.

Azteca que testemunhou a maior seleção de todos os tempos em 1970. Pós Jalisco.

Azteca que hoje renasceu. Pirâmide sobre o Yang-Tsé.

Porque no futebol, Brasil über alles!


Roberto Vieira


sexta-feira, 27 de junho de 2008

Por Enquanto - Cássia Eller

Mudaram as estações
Nada mudou
Mas eu sei que
Alguma coisa aconteceu
Está tudo assim
Tão diferente...

Se lembra quando a gente
Chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
Sem saber
Que o pra sempre
Sempre acaba...

Mas nada vai
Conseguir mudar
O que ficou
Quando penso em alguém
Só penso em você
E aí, então, estamos bem...

Mesmo com tantos motivos
Pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar
Agora tanto faz
Estamos indo
De volta pra casa...

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Desabafos de um bom Marido

Minha esposa e eu temos o segredo pra fazer um casamento durar:duas vezes por semana, vamos a um ótimo restaurante, com uma comida gostosa, uma boa bebida, e um bom companheirismo.Ela vai às terças-feiras, e eu às quintas.

Nós também dormimos em camas separadas. A dela é em Fortaleza e a minha em São Paulo .

Eu levo minha esposa a todos os lugares, mas ela sempre acha o caminho de volta. Perguntei a ela onde ela gostaria de ir no nosso aniversário de casamento. 'Em algum lugar que eu não tenha ido há muito tempo!' ela disse.Então eu sugeri a cozinha.

Nós sempre andamos de mãos dadas. Se eu soltar, ela vai às compras. Ela tem um liquidificador elétrico, uma torradeira elétrica, e uma máquina de fazer pão elétrica. Então ela disse: 'Nós temos muitos aparelhos, mas não temos lugar pra sentar'. Daí, comprei pra ela uma cadeira elétrica.

Lembrem-se, o casamento é a causa número um para o divórcio. Estatisticamente, 100 % dos divórcios começam com o casamento.Eu me casei com a 'Sra. Certa'. Só não sabia que o primeiro nome dela era 'Sempre'.

Já faz 18 meses que não falo com minha esposa. É que não gosto de interrompê-la. Mas tenho que admitir, a nossa última briga foi culpa minha. Ela perguntou: 'O que tem na TV?' E eu disse 'Poeira'.

No começo Deus criou o mundo e descansou. Então, Ele criou o homem e descansou. Depois, criou a mulher. Desde então, nem Deus, nem o homem, nem Mundo tiveram mais descanso.

'Quando o nosso cortador de grama quebrou, minha mulher ficava sempre me dando a entender que eu deveria consertá-lo. Mas eu sempre acabava tendo outra coisa para cuidar antes: o caminhão, o carro, a pesca, sempre alguma coisa mais importante para mim.

Finalmente ela pensou num jeito esperto de me convencer.Certo dia, ao chegar em casa, encontrei-a sentada na grama alta, ocupada em podá-la com uma tesourinha de costura. Eu olhei em silêncio por um tempo, me emocionei bastante e depois entrei em casa.

Em alguns minutos eu voltei com uma escova de dentes e lhe entreguei.'

- Quando você terminar de cortar a grama,' eu disse, 'você pode também varrer a calçada.'

Depois disso não me lembro de mais nada. Os médicos dizem que eu voltarei a andar, mas mancarei pelo resto da vida'.'O casamento é uma relação entre duas pessoas na qual uma está sempre certa e a outra é o marido...'


Luis Fernando Veríssimo

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Emergência

É fácil identificar o passageiro de primeira viagem. É o que já entra no avião desconfiado. O cumprimento da aeromoça, na porta do avião, já é um desafio para a sua compreensão.
- Bom dia...
- Como assim?
Ele faz questão de sentar num banco do corredor, perto da porta. Para ser o primeiro a sair no caso de alguma coisa dar errado. Tem dificuldade com o cinto de segurança. Não consegue atá-lo. Confidencia para o passageiro ao seu lado:
- Não encontro o buraquinho. Não tem buraquinho?
Acaba esquecendo a fivela e dando um nó no cinto. Comenta, com um falso riso descontraído: “Até aqui, tudo bem.” O passageiro ao lado explica que o avião ainda esta parado, mas ele não ouve. A aeromoça vem lhe oferecer um jornal, mas ele recusa.
- Obrigado, não bebo.
Quando o avião começa a correr pela pista antes de levantar vôo, ele é aquele com os olhos arregalados e a expressão de Santa Mãe do Céu! no rosto. Com o avião no ar, dá uma espiadela que dará pela janela.
Mas o pior está por vir. De repente ele ouve uma misteriosa voz desencarnada. Olha para todos os lados para descobrir para descobrir de onde sai à voz.
“Senhores passageiros, sua atenção, por favor. A seguir, nosso pessoal de bordo fará uma demonstração de rotina do sistema de segurança deste aparelho. Há saída de emergência na frente, nos dois lados e atrás.”
Emergência? Que emergência? Quando eu comprei a passagem, ninguém falou nada em emergência. Olha, o meu é sem emergência.
Uma das aeromoças, de pé ao seu lado, tenta acalmá-lo.
- Isso é apenas uma rotina, cavalheiro.
- Odeio a rotina. Aposto que você diz isso para todos. Ai meu santo!
“No caso de despressurizacão da cabina, máscaras de oxigênio cairão automaticamente de seus compartimentos.”
- Que historia é essa? Que despressurizacão? Que cabina?
“Puxe a máscara em sua direção. Isso acionará o suprimento de oxigênio".
“Coloque a máscara sobre o rosto e respire normalmente.”
- Respirar normalmente? A cabina despressurizada, máscaras de oxigênio caindo sobre nossas cabeças – e ele quer que a gente respire normalmente?!
“Em caso de pouso forçado na água...”
- O que?!
“os assentos de suas cadeiras são flutuantes e podem ser levado para fora do aparelho e ...”
- Essa não! Bancos flutuantes, não! Tudo menos bancos flutuantes!
- Calma cavalheiro.
- Eu desisto! Parem este troço que eu vou descer. Onde é a cordinha? Parem!
- Cavalheiro, por favor. Fique calmo.
- Eu estou calmo. Calmíssimo. Você é que está nervosa e, não sei o por quê, está tentando arrancar as minhas mãos do pescoço deste cavalheiro aqui do lado. Que, aliás, também parece consternado e levemente azul.
- Calma! Isso. Pronto. Fique tranqüilo. Não vai acontecer nada.
- Só não quero mais falar em banco flutuante.
- Certo. Ninguém mais vai falar de banco flutuante.
Ele se vira para o passageiro ao lado, que tenta desesperadamente recuperar a respiração, e pede desculpas. Perdeu a cabeça.
- É que o banco flutuante foi demais. Imagine só. Todo mundo flutuando sentado, fazendo sala no meio do Oceano Atlântico!
A aeromoça diz que lhe vai trazer um calmante e ai mesmo é que ele dá um pulo:
- Calmante, por quê? O que é que está acontecendo? Vocês estão me escondendo alguma coisa!
Finalmente, a muito custo, conseguem acalmá – lo. Ele fica rígido na cadeira. Recusa tudo o que lhe é oferecido. Não quer almoço. Pergunta se pode receber a sua comida em dinheiro. Deixa cair a cabeça para traz e tenta dormir. Mas, a cada sacudida do avião, abre os olhos sobre a cabeça, de onde, a qualquer momento, pode pular uma máscara de oxigênio e mata – lo do coração.
De repente, outra voz. Desta vez é o comandante.
- Senhores passageiros, aqui fala o comandante Araújo. Neste momento, à nossa direita, podemos ver a cidade de...
Ele pula outra vez da cadeira e grita para a cabine do piloto:
- Olha para frente, Araújo! Olha para frente!

Luiz Fernando Veríssimo

terça-feira, 22 de abril de 2008

Sonhos...

Um dia vou ter um emprego bom.
Vou viajar muito.
Vou ser mais legal com as pessoas de uma forma natural.
Um dia vou tomar banho de chuva cantando e dançando.
Um dia vou conversar sério sobre a vida com amigos.
Um dia vou escrever um texto bom.
Vou jogar bola num estádio de futebol.
Um dia vou assistir um jogo da copa da mundo. Uma corrida da Fórmula 1.
Um dia vou comprar um carrinho pra mim.
Um dia vou contar histórias para meu filho e me fascinar com essas histórias.
Um dia vou ficar doente de tanto tomar sorvete.
Um dia eu descobrirei a receita da felicidade.
Um dia eu saio de casa sem rumo e volto depois com mil histórias pra contar.
Um dia eu visito a catedral de Notre Dame em Paris. Visito o Coliseu em Roma.
Um dia me rolo nas areias em frente as pirâmides do Egito.
Um dia eu entro com glamour na Acrópole grega. Arranco um pedaço da muralha da China e guardo pra mim. Faço careta para os moais na Ilha de Páscoa.
Um dia aposto corrida nas escadarias do Tibet.
Um dia eu ando de navio.
Um dia eu fico inteligente e passo horas explicando para os mais jovens com o maior prazer do mundo.
Um dia eu pulo de pára-quedas, mesmo tendo medo de altura.
Um dia eu faço mergulho, mesmo tendo medo do mar.
Um dia perco meus medos.
Um dia vou estudar magia e teologia.
Um dia eu guardarei segredos sobre o universo e sobre o homem.
Um dia eu guardarei os seus segredos pra mim, e mais ninguém saberá.
Um dia eu deixo as crianças rabiscarem as paredes da minha casa.
Um dia eu vou aprender a ser bom com as pessoas. Vou aprender artes marciais. Vou aprender a filosofia oriental.
Um dia vou comer sushi.
Um dia volto a ser criança.
Um dia aprendo a ver o lado bom das coisas.
Um dia troco de computador.
Um dia eu tiro o dia pra não fazer nada.
Um dia eu aprendo a fazer aviãozinho de papel, e outros origamis também.
Um dia vou entender que a paciência é uma virtude que não pode ser desprezada.
Um dia vou comprar uma mesa de sinuca e chamar os amigos pra jogar na minha casa.
Um dia paro de beber, e compreendo que não é o álcool que faz a gente feliz e que a felicidade está dentro de nós. Basta procurar com paciência.
Um dia compreenderei o sentido da vida, mesmo que ela não tenha nenhum sentido!
Um dia eu chego lá.


Podem me chamar de ingênuo com uma inocência incrível. Mas um dos sonhos que mais quero que se concretize é me casar com uma mulher que eu ame de verdade e que ela me ame com a mesma intensidade. Ter no máximo dois filhos e ser um pai exemplar. É muito?
Um dia eu chego lá.

Rafael Calheiros

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Ausência

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar seus olhos que são doces...
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres exausto...
No entanto a tua presença é qualquer coisa, como a luz e a vida...
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto...
E em minha voz, a tua voz...
Não te quero ter, pois em meu ser tudo estaria terminado...
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados...
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada...
Que ficou em minha carne como uma nódoa do passado...
Eu deixarei...Tu irás e encostarás tua face em outra face...
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada...
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu...
porque eu fui o grande íntimo da noite...
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa...
Porque os meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
E eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos
Mas eu te possuirei mais que ninguém, porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas,
serão a tua voz presente, tua voz ausente, a tua voz serenizada.

Vinicius de Morais

terça-feira, 8 de abril de 2008

Amizade (O conto do Budha e o seu discípulo)

Um dia, um discípulo perguntou a Budha: “Mestre, o que é a Amizade?” Budha sorriu docemente e respondeu: “Nada mais do que uma bengala forte e segura”.

O discípulo, depois de muitas semanas de meditação, voltou à presença do Mestre e indagou: “Como se pode comparar a Amizade com uma simples bengala? Com um pedaço de pau?”

Budha levou o discípulo até a margem de um rio e mostrou-lhe a neblina baixa que impedia de enxergar o outro lado e falou: “Imagine que você tem de atravessar este rio e que a neblina não lhe permite ver além de uns poucos passos à sua frente. A trilha de pedras, que é o único caminho para o outro lado, é formada por rochas lisas, redondas e parcialmente cobertas pela água. É uma trilha muito perigosa... Uma queda, um escorregão, e não haverá como se salvar. O que é que você faz”?

Novamente o discípulo se recolheu para meditar sobre as palavras de seu Mestre e, depois de outras tantas semanas, voltou para dizer: “Eu faria uso de uma bengala, meu Mestre. Seria esse o sentido da Amizade?”

E Budha respondeu: “Sim. É esse o sentido da Amizade. Uma bengala, um apoio que será o seu auxílio para atravessar o Rio da Vida sem ter receio de escorregar em cada uma de suas etapas. A bengala é como a Amizade, firme, segura, eficiente, capaz de sustentar o seu peso num momento difícil, numa passagem que somente as suas pernas não seriam capazes de agüentar, mas com o apoio da bengala, você cria novas forças, você adquire uma nova energia e se torna capaz de vencer o obstáculo. E é por isso que a Amizade, como a bengala, tem de ser firme e forte. Ela precisa agüentar todo o seu peso, às vezes. E é também pelo mesmo motivo que a Amizade, como a bengala, deverá ser bem cuidada. Para que nunca se deteriore, para que não apodreça e se torne, de repente, frágil e quebradiça. Uma amizade é algo vivo, algo que necessita de cuidados para não morrer”.

O discípulo recolheu-se novamente por mais algumas semanas. Finalmente, ao tornar a aparecer diante do Mestre, falou: “Mestre, sendo a Amizade o ponto de apoio dos homens, quando todos se encostarem uns aos outros, todos se apoiarem mutuamente, então, nesse dia, não haverá mais nenhum que venha a cair nas águas do Rio da Vida... Não é assim?”

Budha não respondeu. Limitou-se a olhar para a frente, os olhos perdidos no infinito de suas meditações.

Talvez estivesse lamentando o fato de saber que isso jamais viria a acontecer.


Autor Desconhecido

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Bushido

Eu não tinha pais.
Eu dotei o céu e a terra como meus pais.
Eu não tinha casa.
Eu adotei estar consciente como minha casa.
Pra mim não existia vida e morte.
Eu adotei a respiração e a aspiração como vida e morte.
Eu não possuia meios.
Eu adotei a compreensão como meu meio.
Eu não possuia habilidades especiais.
Eu adotei a moral como minha habilidade especial.
Eu não possuia olhos.
Eu adotei ser rápido como a luz como meus olhos.
Eu não possuia ouvidos.
Eu adotei a sensibilidade como meus ouvidos
Eu não possuia membros.
Eu adotei a agilidade como meus membros.
Eu não possuia estratégias.
Eu adotei não desvanecer de pensamento como minha estratégia.
Eu não possuia projetos.
Eu adotei prever oportunidades como meu projeto.
Eu não possuia princípios.
Eu adotei me adaptar às situações como meu princípio.
Eu não possuia amigos.
Eu adotei meu coração como meu amigo.
Eu não possuia talentos.
Eu adotei ser persistente como meu talento.
Eu não possuia inimigos.
Eu adotei a imprudência como minha inimiga.
Pra mim não existia milagre.
Eu adotei levar a vida corretamente como milagre.
Eu não possuia corpo.
Eu adotei a paciência como meu corpo.
Eu não possuia armadura.
Eu adotei a compaixão e a solidão como minha armadura.
Eu não era iluminado.
Eu adotei a determinação como minha iluminação.
Eu não possuia espada.
Eu adotei a ausência de ego como minha espada.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

O Buraco

"Dentro da casa tem um buraco, tem um buraco dentro da casa. O buraco se move da sala pro quarto, do quarto pro outro quarto, daí pra cozinha, de lá pro banheiro; às vezes cresce tanto que derruba as paredes e tudo vira um buracão só, que de tão fundo, fica frio. Aí eu encontro o parapeito do buraco, e me apoio no que não é buraco, é parapeito, e fujo. Vou pra rua.

Bebo, faço merda, grito, subo na mesa, fumo, cheiro, fodo com um com dois com três, faço suruba, lounge, jogo cerveja na cara dos outros, me esfrego no chão, bato de carro, apanho, cuspo, chupo uma buceta, chupo um pau, chupo balinhas. Volto e capoto.

Acordo e o buraco passou. Minha memória lacunar traz fragmentos de frases, congela instantes ou cenas inteiras da noite que dura mais que uma jornada de trabalho. Aí vem o trabalho propriamente dito e a sensação de que tenho vivido, produzo e me divirto, tudo em excesso, e tenho o que colocar no buraco, caso ele apareça.

Ao passo que o dia caminha, a luz cai e parece que ao cair da luz caímos nós também. Ops, eis novamente o buraco, e sua gargalhada muda, sarcástica:

— Achou que podia fugir, Baby?

Encaro o buraco. Não consigo encarar o buraco. Me lembra o medo do escuro, o medo do tigre que habitava as árvores retorcidas da estrada de Búzios, a Cuca, o Lobo Mau, o Bicho Papão. O buraco é nóia de gente grande.

Um amigo adepto das falhas subterrâneas, rei dos escombros, manipulador de psicotrópicos, me diz:

— Você não pára, né? Vive a mil.

Digo que sim só pra parecer que o meu buraco é menor, quase imperceptível, que eu sou bem resolvida, analisada, bacana, ativa, diferente dele, que pára, no buraco, e fica, na lama do buraco. Finjo que o meu cotidiano é mais alegre, que eu sou exuberante e feliz. Que eu conjugo bem o verbo viver.

Ainda na superfície ou quem sabe, de volta a ela, olho ao redor. E vejo que meus amigos todos também têm os seus super emptys, o buraco batizado na gramática da Lu Pessanha. E que muita gente fica como eu, vestindo peruca pra fingir que é outra pessoa e dançar nos bailes de carnaval sem o que o buraco te reconheça, lá, no meio da pista.

O problema é que cada vez que chove e ninguém me resgata do buraco, sem balada, sem saída, cada vez que sou obrigada a ficar aqui presa, percebo uma equação: quanto mais eu fujo do buraco, maior ele fica e, menores se tornam os sinais de que, de repente, ele poderá aparecer.

Agora ele me pega desprevenida, de assalto, a qualquer hora do dia e da noite. No meio da rua, numa festa, no bar, no trânsito, em casa. Grande, profundo, preciso de um mutirão de gente pra me tirar de lá. Guindaste, corpo de bombeiro, defesa civil? É pouco. Eu saio, ele se vai. Mas volta."

Antonia Pellegrino

Ismália - Alphonsus de Guimaraens

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar

Cada dia Melhor...

Algumas vezes acordo e, a vida não faz sentido,

Em outras ao me deitar é que o sentido desaparece e me pergunto porque levantar no dia que segue.

É nesse momento que avalio tudo que fiz, relembro cada minuto do meu dia em busca de respostas para tal pergunta,

E às vezes até encontro, simples como saber da necessidade de água, eu preciso fazer melhor.

Gabriela Costa

quarta-feira, 26 de março de 2008

Literatura...

(...)

Para falar de uma coisa, Machado fala de outra. Para pensar sobre uma coisa, nos leva a pensar – e a "ver" – outra. É nas entrelinhas, como dizia Clarice Lispector, que a literatura se escreve. Jogamos a isca – a narrativa literal. Mas, quando essa isca fisga o que realmente interessa, dela já não podemos nos livrar, porque isca e coisa se misturaram. Essa mistura entre o que se diz e o que não se diz, o que se pensa e o que não se pensa, o que se escreve e o que não se escreve é, enfim, a literatura.


José Castello

quarta-feira, 19 de março de 2008

O mar onde encontro a felicidade

O mar onde encontro a felicidade
todos podem admirar,
mas só os mais aventureiros
poderão lá chegar.
É de uma imensidão
que não tem fim.
De uma bravura sem igual.
Mar que sem fazer distinção,
recebe todos no seu areal.
Agrada aos que dele não tem medo,
que nas suas ondas se aventuram,
mas não esquece
os que não tem coragem para tal.
E é nos seus recantos,
cheios de encantos,
onde as ondas batem nas rochas,
mas não as passam,
que os mais medrosos o abraçam.
No mar onde encontro a minha felicidade,
não há poluição.
É um cantinho bem escondido,
onde o Homem não pôs a mão.
E quando chega a noite
na minha cama ao me deitar,
fecho os olhos
e ouço as ondas nas rochas a bater.
É o meu mar a convidar-me,
para quando nascer o Sol,
com ele me envolver.


Paula Loureiro

Quando olho para trás...

Parei pra pensar
Pensar no que estou fazendo da vida
Será mesmo que estou procurando o caminho certo?
Da maneira certa?
Será mesmo que amanhã eu estarei pensando da mesma forma?
Olho para tantas pessoas e noto que elas mudam
Mudam suas formas de pensar
Suas formas de agir
Mas sempre com o mesmo caráter
Com o mesmo jeito de se impor
O jeito em que se exibe é o mesmo
Não sei falando isso eu pareço ser anormal
Mas não na verdade acho que ainda não sou capaz de sentir a minha mudança
Não sou capaz de notar quando estou mudando
Mas depois da mudança as pessoas também mudam com você
É ai em que noto que eu mudei
Não sei se para o certo
Para o errado
Não sei se todos gostaram
Ou se não gostaram
Mas tenho em mente a idéia de que estamos aqui para buscar nossos objetivos
Nossos ideais
E fazer de nosso destino o nosso caminho
A nossa própria história
E é nessa história é que me vejo em aprendizado
Coisas que fiz de errado
Mas também vêm certos momentos que rodam como um filme em minha frente
Coisas que pensei ser um futuro
Mas foi apenas uma tentativa frustrada
Uma coisa que aconteceu
Uma coisa que esperei
Uma coisa que pensei ser progresso
Acabou
Apenas acabou
Sem nenhum brilho
Apenas ficou uma expectativa que logo acabou ao decorrer dos dias
São coisas que me faz pensar
Será que a felicidade é isso?
Será que a felicidade é apenas momentânea?
Será mesmo que felicidade é só aquele estado que vem e que passa?
Será que iremos buscar?E buscar?
E deixar tudo passar
Como se nada houvesse tido importância
Não acho que seja em vão lembrar um passado bom
Isso me trás satisfação
O difícil é ter que ver as coisas virem e depois partirem nessa velocidade
Em que me faz pensar que foi insignificante
Não pra mim
Mas para todos em um contexto
Tudo me faz pensar
Será que estou certo?
Será que estou no caminho certo?
Será que estamos no caminho certo?
Será o que iremos significar amanhã?

As pessoas não parecem dar mais importância
As pessoas mão parecem respeitar como antes
Nosso passado está sendo apagado lentamente
Fazendo com que tudo se torne insignificante

Autor Desconhecido




sábado, 15 de março de 2008

Onde estão minhas meias?

Perguntas sem respostas...

Pensamentos inexplicáveis...

Assombro de uma noite sem lembranças...

Porque sempre volta? Porque não me deixa ser alguém? Porque não posso ser feliz?

Alguém viu minhas meias?

Porque a satisfação sempre foge quando penso que estou agarrado a ela? Chega de lutar. Eu quero ser somente esse "Diogo"... Porque teimas em me abandonar?

(...)

Quem sou eu? Onde eu moro? Onde eu durmo?

Será que sou uma pessoa boa? Pensando bem ser bom é relativo... Será que na maioria das vezes sou uma pessoa boa ou má?

Qual o meu verdadeiro objetivo nisso tudo? Será que a minha missão irá chegar um dia?

Qual o talher que uso para comer salada? Me vejo com um rosto de menino, perdido, ante tanta atribuição.

(...)

Quero fugir...abandonar tudo e me exilar, como um monge procura seu mosteiro no alto do himalaia... Seria ruim? Afinal a minha paz está cada vez mais distante.

(...)

Como devo me portar? Será que sou um covarde?

Onde estão minhas meias? Nesse frio preciso cobrir os pés...

(...)

Onde devo procurar respostas? Elas sempre me fogem...

Minha esperança sucumbe perante aos inimigos e novamente não sou mais o "Diogo"...

Poderia simplesmente dançar sob a chuva? Cantar no chuveiro?
Usarei meias novamente?

(...)

Onde estás Diogo?!... Não me abandone! Preciso de ti...

Minhas roupas parecem tão velhas... Acho que chegou a hora de renovar o guarda-roupa...

(...)

Porque chove?

Onde colocaram minhas meias?

Diogo

quarta-feira, 12 de março de 2008

Le Parkour - Xbox

"Can you do it?
They asked.
Anyone can do it' I said.
I don't think they believed me though.

You see, for as long as I can remember, I've pushed myself to do what normal people would consider impossible.

I'm always on the edge. Dance in the blade of perfection.

Really is no room for error.
Hmm, to not be controlled.

Well, it's game over!

You're got to think beyond walls, beyond boundries.
Push your mind, to except that there are none, it's only impossible because you've been told it is.

Hmm? You need to be a master of your environment, not a servant to it.

When I realized this, everything changed!
What was down, became up.
Long, became short.
Liquid, became solid.
These days, nothing's what it seems.

That's when I did my first slip.
I was looking at where my hand should have been. And it wasn't!

But like I said, I'm not special. Anyone can do this.
Just need to know what button to press..."

Tradução:

"Você consegue?"
Eles me perguntam.
E eu respondo que qualquer um é capaz.

Acho que eles não acreditam.

É que desde que consigo me recordar fui impelido a fazer o que pessoas normais considerariam impossível.
Dessa forma eu estou sempre no topo, flambando na lâmina da perfeição.

Realmente não há chance para erros.
Perder o controle...
Bem...é o "fim do jogo"!

Precisa pensar além das paredes, além das fronteiras.
Fazer a mente acreditar que elas não existem.

O impossível existe porque te falaram dele.

Você precisa ser o manipulador do seu meio, e não um fantoche.

Quando descobri isso, tudo mudou!
"O de baixo", se tornou "o de cima".
O grande, pequeno.
Líquido tornou-se sólido.
Agora, nada é o que parece ser.

Foi aí que cometi meu primeiro erro.
Eu procurava aonde minhas mãos deveriam estar e elas não estavam.

Mas como disse: eu não sou especial.
Qualquer um pode fazer.
Basta saber qual botão apertar...


Propaganda do Xbox baseado no esporte Le Parkour.

Link para o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=m1CxNMLrfT4

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Vinícius de Morais escreve minha vida...

Eu sei e você sabe
Já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe
Que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham a você.
Assim como o Oceano, só é belo com o luar
Assim como a Canção, só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem, só acontece se chover
Assim como o poeta, só é bem grande se sofrer
Assim como viver sem ter amor, não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Soneto da Fidelidade

De tudo, meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure,
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama.

Eu possa dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinícius de Morais

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Cai a Noite

Capital Inicial
Cai a noite na cidade
Vinda de lugar nenhum
E o dia vai embora
Indo pra lugar algum
Não sentia fome
Não sentia frio
Sentado num canto
De um quarto vazio

Quando a chuva cai
Nas noites mais solitárias
Lembre-se que sempre...

Sombras e pensamentos
De um sonho só esperança
Nas paredes ecoavam

O silêncio e a lembrança
Entre ruas desertas
Ele está só de passagem
Na vertigem e tontura
Surgiam todo tipo de imagens

Quando a chuva cai
Nas noites mais solitárias
Lembre-se que sempre
Estarei aqui

Se virou e alcançou o céu
E a última estrela
Nada deixava passar
Tudo lembrava ela

domingo, 24 de fevereiro de 2008

A viagem

Dia desses, li um livro que comparava a vida a uma viagem de trem. Uma comparação extremamente interessante, quando bem interpretada.

Interessante, porque nossa vida é como uma viagem de trem, cheia de embarques e desembarques, de pequenos acidentes pelo caminho, de surpresas agradáveis com alguns embarques e de tristezas com os desembarques...

Quando nascemos, ao embarcarmos nesse trem, encontramos duas pessoas que, acreditamos que farão conosco a viagem até o fim: nossos pais. Não é verdade. Infelizmente, em alguma estação, eles desembarcam, deixando-nos órfãos de seu carinho, proteção, amor e afeto.

Mas isso não impede que, durante a viagem, embarquem outras pessoas interessantes que virão ser especiais para nós: nossos irmãos, amigos e amores.

Muitas pessoas tomam esse trem a passeio. Outras fazem a viagem experimentando somente tristezas. E no trem há, também, outras que passam de vagão em vagão, prontas para ajudar quem precisa.

Muitos descem e deixam saudades eternas. Outros tantos viajam no trem de tal forma que, quando desocupam seus assentos, ninguém sequer percebe.

Curioso é considerar que alguns passageiros que nos são tão caros acomodam-se em vagões diferentes do nosso. Isso nos obriga a fazer essa viagem separados deles. Mas isso não impede de, com grande dificuldade, atravessarmos nosso vagão e chegarmos até eles. O difícil é aceitarmos que não podemos sentar ao seu lado, pois outra pessoa está ocupando o lugar.

Essa viagem é assim: cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, embarques e desembarques. Sabemos que esse trem jamais volta.

Façamos essa viagem da melhor maneira possível, tentando manter um bom relacionamento com todos, procurando em cada um o que tem de melhor, lembrando sempre que, em algum momento do trajeto vão fraquejar, e, provavelmente, precisaremos entender isso. Nós mesmos fraquejamos algumas vezes. E, certamente, alguém nos entenderá.

O grande mistério é que não sabemos em qual parada desceremos.

E fico pensando: quando eu descer desse trem sentirei saudades? Sim. Deixar meus filhos viajando sozinhos será muito triste. Separar-me dos amigos que nele fiz, do amor da minha vida, será para mim dolorido.

Mas me agarro na esperança de que, em algum momento, estarei na estação principal, e terei a emoção de vê-los chegar com sua bagagem, que não tinham quando embarcaram.

E o que me deixará feliz é saber que, de alguma forma, eu colaborei para que essa bagagem tenha crescido e se tornado valiosa.

Agora, nesse momento, o trem diminui a sua velocidade para que embarquem e desembarquem pessoas. Minha expectativa aumenta, à medida que o trem vai diminuindo sua velocidade...

Quem entrará? Quem sairá?


Autor Desconhecido

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Eu Amo mais Você

Banda Catedral

Depois dessa ventania o temporal
Fez da nossa vida um mundo desigual
Qual é a tua? O teu segredo?
Me diz como eu vou decifrar...

Minha verdade é absurda no plural,
Mas pra mim honestamente isso é normal
Na minha onda. Teu oceano.
Me ensina como navegar...

Eu amo mais você do que eu...

A tardinha as coisas mudam sem parar
E a gente fala muito por falar,
Mas de repente, a gente sente
Que tudo sobrou num olhar...

Penso infinitamente sem parar
A verdade é transparente no mirar
Da tua retina, minha menina
Me diz como não te amar...

Eu amo mais você do que eu...

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

O que é ser um Fênix

Gostaria que todos vocês se lembrassem que ser um Fênix não é ter um céu sem tempestades, caminhos sem acidentes, trabalho sem fadigas, relacionamentos sem decepções.

Ser um Fênix é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros.

Ser um Fênix não é apenas valorizar uma vitória, mas refletir sobre a derrota.

Ser um Fênix não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos.

Ser um Fênix não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato.

Ser um Fênix é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser um Fênix é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.

Ser um Fênix é atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.

Ser um Fênix é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo.

Ser um Fênix é ter coragem para ouvir um "não".

Ser um Fênix é ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Ser um Fênix é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de cada um de nós.

Ser um Fênix é ter maturidade para falar "eu errei".

Ser um Fênix é ter sensibilidade para expressar "eu preciso de você".

Ser um Fênix não é ter uma vida perfeita, mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância.

Ser um Fênix é usar as pedras para refinar a paciência. usar as falhas para esculpir a serenidade.

Ser um Fênix é usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência. Usar a dor para lapidar o prazer.

Ser um Fênix, caros amigos, é ter a Força para ir embora, e a Honra de voltar.

Pedras no caminho?
Guardamos todas,
pois um dia construiremos um castelo.



Clan Fênix, Força e Honra.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Pulp Fiction

"O caminho do homem justo está bloqueado por todos os lados pelas iniquidades dos egoístas e a tirania dos perversos.

Bendito aquele que, em nome da caridade e da boa vontade, é pastor dos humildes pelo vale das sombras. Pois ele é o verdadeiro guardião de seus irmãos e o salvador dos filhos perdidos.

Exercerei sobre eles vingança terrível e furiosos castigos aos que tentarem destruir meus irmãos. E ficarão sabendo que sou o Senhor quando Eu executar sobre eles a minha vingança."




Ezequiel 25:17

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Impossible is nothing

Impossível é apenas uma grande palavra usada por gente fraca que prefere viver no mundo como está em vez de usar o poder que tem para mudá-lo.

Impossível não é um fato. É uma opinião.

Impossível não é uma declaração. É um desafio.

Impossível é hipotético.

Impossível é temporário.

IMPOSSIBLE IS NOTHING.

Propaganda da Adidas

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Bebida e Direção

'Mãe!

Fui a uma festa, e me lembrei do que você me disse.

Você me pediu que eu não tomasse alcool, mãe...

Então, ao invés disso, tomei uma 'Sprite'.

Senti orgulho de mim mesma, e do modo como você disse que eu me sentiria e que não deveria beber e dirigir.

Ao contrário do que alguns amigos me disseram, fiz uma escolha saudável, e teu conselho foi correto.

E quando a festa finalmente acabou, e o pessoal começou a dirigir sem condições...

Fui para o meu carro, na certeza de que iria para casa em paz ..

Eu nunca poderia imaginar o que estava me aguardando, mãe...

Algo que eu não poderia esperar ....

Agora estou jogada na rua, e ouvi o policial dizer:

O rapaz que causou
este acidente estava bebado...

Mãe; sua voz parecia tão distante...

Meu sangue está escorrido por todos os lados e eu estou tentando com todas as minhas forças, não chorar...

Posso ouvir os para-médicos dizerem:

- 'A garota vai morrer' .

Tenho certeza de que o garoto não tinha a menor idéia, enquanto ele estava a toda velocidade, afinal, ele decidiu beber e dirigir, e agora tenho que morrer..

Então por que as pessoas fazem isso, mãe?

Sabendo que isto vai arruinar vidas ?

E agora a dor estão me cortando como uma centena de facas afiadas...

Diga a minha irmã para não ficar assustada, mãe!

Diga ao Papai que ele seja forte. E quando eu for para o céu, escreva 'Garotinha do Papai' na minha sepultura.

Alguém deveria ter dito aquele garoto que era errado beber e dirigir.


Talvez, se seus pais tivessem dito, eu ainda estaria com a possibilidades de continuar viva.

Minha respiração estão ficando mais fraca, mãe, e estou realmente ficando com medo...

Estes são meus momentos finais e me sinto tão despreparada .!

Eu gostaria que você pudesse me abraçar, mãe... Enquanto estou estirada aqui, morrendo, eu gostaria de poder dizer que te amo, mãe...!

Então.... Te amo e adeus...!'
'

Essas palavras foram escritas por um repórter que presenciou o acidente. A jovem, enquanto agonizava, ia dizendo as palavras e o repórter, anotando...

Autor Anonimo