domingo, 23 de setembro de 2007

A Blusa Roxa

Quando pensamos em nossas juventudes, muitos pensamentos nos vêem à mente. Paixões, ideais, sorrisos... Quando penso em minha juventude, vejo mais que isso. Vejo minha velha blusa de malha roxa, com seu inigualável gorro.

Isso mesmo, minha velha blusa roxa. Odiada pela minha mãe, e tão adorada por mim. Éramos inseparáveis. Lembro de poucos dias em minha vida em que deixei de usa-la.

Ela era o marco de minha criatividade. Com ela fui guru, monge, ninja, assassino, sábio, misterioso... Todos os personagens de uma mesma pessoa.

Agora sim posso lembrar das paixões, dos ideais, dos sorrisos...

É estranho abrir meu guarda-roupas, uma década e meia depois, e ver que ela ainda está lá. Talvez seja meu maior bem, a herança que passarei aos meus filhos. Talvez por isso a guarde por tanto tempo...

E mesmo com todos seus furos e rasgos, a visto uma última vez, na vã esperança de quem um dia você ainda possa voltar para ela...

Colaba

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