segunda-feira, 6 de abril de 2009

Reticências

...e é difícil mesmo os pontos finais, consigo as pausas, outros sinais. E nem sei por que isso, se nunca realmente me apropriei; talvez seja o motivo, a indefinição. E planejo rituais como marcos de mudança, de rompimento. Tem um poema de Fernando Pessoa recortado do jornal de terça que fala do que poderia ter sido, desse quase tão bonito, esse pensamento passageiro e risonho. E tem também uma música, um canto de despedida sem mágoas, como um hino à liberdade, mas eu não consegui ainda realizá-los, compartilhá-los, justamente porque não tenho certeza se a hora é essa, se é fim, se acabou, mesmo com todas as provas à vista, todas as provas à mão. E não gosto de voltar atrás. Eu nunca acreditei que fosse possível não reconhecer e aceitar verdades tão cruas. Deve ser porque também é meio dolorido, e isto sempre nos foi mostrado como algo a ser evitado. É mesmo só contradição. Mas como ainda sou eu quem escrevo essa história, qualquer hora dessas eu termino tudo e ponto

Ana Aitak

Um comentário:

Ana Aitak disse...

Que surpresa boa ver uma de minhas versões por outras bandas, e de me ver indicada entre seus blogs interessantes. Valeu mesmo.