quarta-feira, 11 de março de 2009

Dois Gênios... Duas Genialidades...

Posso dizer que vivi algo único.

Um relacionamento eterno e inesquecível... Perfeito quando visto de fora, porém, com um pequeno conflito interno, paradoxal...

Ela, uma figura peculiar, com características notáveis. Uma pessoa capaz de causar frisson por ser um gênio da literatura, filosofia, psicologia, arte, musica, cinema e etc. Creio que dificilmente encontrarei pessoa melhor instruída, ou letrada.

Eu, que permita-me faltar com um pouco de humildade, sou considerado por muitos, dentro de minha atividade, um gênio. Minha facilidade de absorver a informação e utilizá-la em benefício, a dinâmica de resolver problemas e analisar situações adversas de maneira impecável. Me considero, ainda que para sustento do próprio egoísmo, uma pessoa única e notável.

Mas, como a história nos ensina, cada gênio possui uma genialidade. Um refúgio, considerado por muitos um defeito, provido do reflexo de tamanha atividade cerebral. Ela, é pura emoção, enquanto eu me defino como uma razão sem limites. A psicologia nos diz que essas características se completam, ainda que opostas. Esse paradoxo regiu esse relacionamento...

A emoção pura, instintiva, é sentimento. É reta, direta, específica, quente e subjetiva. Engendra as artes, notadamente a poesia. Já a razão é inteligência, no sentido lato, o da capacidade de entender tudo o que nos cerca e o que sentimos. É circular, indireta, genérica, fria e objetiva. É a ferramenta do cientista e dos que elaboram obras materiais, nem sempre devidamente valorizadas, mas indispensáveis ao padrão de vida dito civilizado.

Esse choque de razão e emoção, purificadas e cristalinas, transformou-se em um conjunto de cores e degradês, criando, desde os mais tristes, até os mais felizes sentimentos. Essa nova experiência deixou marca na personalidade de ambos. Eu, antes sólido, decisivo e implacável, agora tenho perguntas e respostas incompletas. Ela, antes subjetiva, sonhadora e indecisa, teve algumas respostas e perguntas completadas e agora tornou-se mais direta.

Trilhar esse mundo de fantasias e emoções, de racionalidade e soluções sempre a vista, tudo dentro de uma mesma medida foi único. Ouso dizer que nunca antes experimentado por tais personagens. Ninguém melhor que Fernando Pessoa, o poeta dos heterônimos,  para montar a base da minha reflexão sobre esse relacionamento. Ele disse: “Os realistas realizam pequenas coisas, os românticos, grandes. Um homem deve ser realista para ser gerente de uma fábrica de tachas. Para gerir o mundo deve ser romântico. É preciso um realista para descobrir a realidade; é preciso um romântico para criá-la”.

Nessa linha posso dizer que gerenciamos o mundo e a relação em todos os aspectos. Descobrimos e criamos um mundo particular. Um sonho... Uma grande peça de teatro que começou a 2 anos atrás. Vivemos e morremos, renascemos e recriamos. Eu te dei o chão e você me levou a lua. Encaixamos perfeitamente, como peças finamente trabalhadas.

O convívio transformou essa junção em algo diferente, perfeitamente explicado por Silvana Duboc: “Eu sou a razão correndo atrás da emoção e você a emoção pedindo aos céus que eu possa pertencer ao mesmo lugar que o seu. Mas, o que você não sabe é que fui eu mesmo quem escolheu esse lugar, só para ser sua alma gêmea. O que você não sabe é que, mesmo sem saber onde era o meu lugar, eu já te amei...”...

Como toda peça de teatro, mesmo que inesquecível, as cortinas se abaixam. Esse grito de liberdade para que sua emoção seja alimentada, ganhou destaque, assim como a minha racionalidade pedindo seu espaço. Os gênios precisam alimentar sua genialidades para que continuem sendo gênios. Finalmente moldamos o nosso paradoxo. A razão e a emoção que criaram o melhor de todos os relacionamentos pediram o seu espaço.

Por quanto tempo? Impossível dizer, afinal conforme Bernard Cornwell: “O destino é inexorável e por mais que eu tente forçá-lo, o máximo que consigo é arrancar risos das fiandeiras que o tecem.”.

Portanto, as cortinas estão abaixadas, mas não se pode saber se esse é um épico Gran Finale, se estamos apenas tomando fôlego para continuar o próximo capítulo, ou se chegamos ao fim de uma temporada, sem previsão de volta do espetáculo...

O destino é inexorável...


Diogo de Mello Silva

Um comentário:

nine ♥ disse...

pra quem sabe de alguma coisa...tá totalmente claro! e eu acho a mesma coisa que você...mas eu posso dizer que acho que isso nao eh um gran finale...mas isso depende de algumas atitudes que os personagens tem que tomar....como assumir de cara seus papeis e subir com coragem no palco.

:D