terça-feira, 17 de março de 2009

Anima vs Animus

Nos últimos dias, peguei-me lendo um texto sobre psicologia escrito por Jung sobre personalidades e também uma ótima passagem do livro "O ser Consciente".

Essas informações levaram-me a pensar diretamente na abordagem principal do tema: "A Maturidade". O conflito do homem moderno, criado por uma cultura popular que espera um homem diferente do que manda a sua masculinidade, me chamaram muito a atenção.

Raramente o desenvolvimento fisiológico faz-se acompanhar do seu correspondente emocional, e aqui temos o conflito. Nesse caso, o período infantil alonga-se e predomina, fazendo-se característica de uma personalidade instável, atormentada, insegura, depressiva ou agressiva, entre outros.

De acordo com Jung "não existe homem algum, tão exclusivamente que não possua em si algo feminino ". O fato é que, na maioria das vezes, ocultamos esta vida afetiva, que em muitos casos é vista como característica própria da mulher. Com isso acreditamos ser uma virtude reprimir esses traços de personalidade. O que não sabemos é que todo material reprimido não é anulado. Ele é acumulado no inconsciente, podendo retornar ao consciente de outras formas.

Essa repressão pode criar no mundo externo a imagem de um homem forte, firme em suas decisões e aparentemente realizado. Entretanto, quando se depara com o mundo interior, percebe que existe uma criança delicada, que tem medo de si e dos outros e ao mesmo tempo quer se lançar em busca de uma vida plena, de paixão, ternura e amizade. A imaturidade expressa-se através da preservação dos conflitos, graças aos quais muda de comportamento sem liberar-se da frustração, essa presença da infância.

"Quem aspira por ser amado mantém-se na imaturidade, na dependência psicológica infantil, coercitiva, ególatra."

Com essa frase, temos que o primeiro passo para o amadurecimento está no afetivo. Somente após superar os constrangimentos e as pseudonecessidades emocionais é que nos encontramos prontos para a formação do discernimento, superando a ilusão e a fantasia criados pelo fenômeno infantil.

Finalmente chegamos aos últimos passos que são o amadurecimento moral, onde superamos os instintos, as sensações grosseiras e imediatistas. Vencendo essa parte a maturidade social aparece naturalmente, porque, autoconhecendo-se, o homem torna-se harmônico.

Para lançar-se nessa caminho é necessário coragem. O psicólogo austríaco Steve Bidduph diz que "se existe um primeiro passo a ser dado pelos homens em direção à "cura", provavelmente é começarem a ser mais verdadeiros". Para Jung o ponto de maturidade da psique humana está na harmonia das várias instâncias.

No final precisamos encontrar um equilíbrio entre anima e animus, a fim de evitar o conflito e caminharmos para a maturidade...

Toda essa informação foi um verdadeiro choque na minha visão de personalidade do homem. Revi e remontei todos os conceitos que possuía sobre a minha maturidade e comecei a repassá-los em minha mente. 

Estou em busca dos primeiros passos para a "cura".


Diogo de Mello Silva

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