Isso mesmo, minha velha blusa roxa. Odiada pela minha mãe, e tão adorada por mim. Éramos inseparáveis. Lembro de poucos dias em minha vida em que deixei de usa-la.
Ela era o marco de minha criatividade. Com ela fui guru, monge, ninja, assassino, sábio, misterioso... Todos os personagens de uma mesma pessoa.
Agora sim posso lembrar das paixões, dos ideais, dos sorrisos...
É estranho abrir meu guarda-roupas, uma década e meia depois, e ver que ela ainda está lá. Talvez seja meu maior bem, a herança que passarei aos meus filhos. Talvez por isso a guarde por tanto tempo...
E mesmo com todos seus furos e rasgos, a visto uma última vez, na vã esperança de quem um dia você ainda possa voltar para ela...
Colaba
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