Quantos anos teria? Seis? Talvez sete?
O certo é que vinha correndo, para finalmente sentar-se no chão. Pernas abertas, um pé encostado no outro. Seu jeito menina de sentar-se.
Observava à tudo. A grama, seus dedos, as nuvens. Até que vê uma borboleta pousada no espaço entre as suas pernas.
Suavemente a toca. Parecia que desejava que a borboleta repentinamente começasse a voar sozinha. Que batesse asas. Mas ela não responde...
Então passa a massagear-lhe o corpo, como numa massagem cardíaca. Num movimento de vai-e-vem que aos poucos chega a um ritmo frenético.
Ela sente uma estranha alegria e sorri. Mas a borboleta ainda não responde...
Estaria morta?
Não... Parecia que um líquido vertia dela.
Sua mãe sempre a alertara sobre o perigo das borboletas. Belas e desejáveis, mas que sempre devem ser deixadas aonde estão, pois são perigosas. Não deve-se tocá-las, seu fluído cega.
Deixou a borboleta de lado e levantou-se, voltando a correr despreocupada e tão faceira e sorridente quanto outrora.
A borboleta não batera asas, mas ela sabia que um dia bateria...
Colaba
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