Minha ternura é assim oblíqua, inexata
Muitas vezes metafórica
É uma ternura de tintura
Mal pintada nas paredes da memória
Minha ternura tem história
Tem olhos de manteiga
Barriga de palhaço
Minha ternura é um desenho inexato
Do tempo que eu furava o dedo com o compasso
Minha ternura mas que química é física
Matematicamente distribuída em hora errada
Minha ternura se perdeu num desvão da escada
Massacrada pela tirania da palavra
Minha ternura ficou escrava de um momento
Para existir é necessário provocar um acontecimento
Dentro de mim mesmo
Minha ternura é envergonhada
Difícil de ser laçada
Uma ternura complicada
Que para existir é preciso ser provocada
Mas por vezes minha ternura é aluvião
Chuva de verão, ronco de trovão
Vem do silêncio da alma
Ou do tropel do coração
Ricardo Soares
2 comentários:
Foi mais um sopro de imaginação (que eu quis transformar em/com palavras), mas deve ter alguma inspiração nas coisas do cotidiano nosso (espero que não totalmente...)Kisses. Obrigada pela companhia...
acho que eu esqueci a vírgula depois do "mais"; ficaria com o sentido que eu quis.
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