Quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos Quero ver brotar o perdão onde a gente plantou juntos outra vez Já sonhamos juntos semeando as canções no vento Quero ver crescer nossa voz no que falta sonhar Já choramos muito, muitos se perderam no caminho Mesmo assim não custa inventar uma nova canção que venha nos trazer Sol de Primavera abre as janelas do meu peito A lição sabemos de cor Só nos resta aprender...
É preciso estar embriagado. Aí está: eis a única questão. Para não sentirem o fardo horrível do Tempo que verga e inclina a terra, é preciso que se embriaguem sem descanso.
Com quê? Com vinho, poesia e virtude, a escolher. Mas embriaguem-se.
E se, porventura, nos degraus de um palácio, sobre a relva verde de um fosso, na solidão morna do quarto, a embriaguez diminuir ou desaparecer quando você acordar, pergunte ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo que canta, a tudo que fala, pergunte que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, o passáro, o relógio responderão: "É hora de embriagar-se! Para não serem os escravos martirizados do Tempo, embriaguem-se; embriaguem-se sem descanso". Com vinho, poesia ou virtude, a escolher.
O tempo não foi nosso melhor amigo. Ele adiantou as coisas. Ele me fez chegar tarde demais na sua vida. Ele fez com que você fosse rápido demais em viver a sua. Será que nossa história vai ser desenhada assim, pra sempre? A gente, separados-juntos, reclamando por não ter tido tempo? Por não poder viver o que gostaríamos, porque se o fizéssemos magoaríamos muita gente? Porque o tempo fez assim? Porque correu demais pra você? Porque demorou tanto pra mim? Será que esse monte de interrogação merece ponto final? Acho que não. Respostas seriam em vão. Desnecessárias, completamente. A gente se completa. E isso eu não entendo. Nem quero mais tentar. Tô aprendendo.
Hoje ouvi uma pergunta que me incomodou: - Qual a receita para ser feliz?
Cáspita! Raios Múltiplos! E pra responder uma questão dessas?
Será que temos que deixar de nos preocupar com os problemas? Ou nos esforçarmos mais para resolvê-los?
Temos que tentar gostar de quem nos ama, mas que não correspondemos? Ou tentar conquistar quem amamos e não nos corresponde? Quem sabe então, aguardar pacientemente até aparecer a tal da "alma gêmea"?
Temos que parar de imaginar visualmente os belos textos dos melhores livros, para não sofrer de ansiedade por não conseguir viver daquele jeito... Ou talvez entrar mais e mais no mundo dos melhores livros, fugindo da realidade e, quem sabe, acabando por construir oportunidades de viver tudo isso...
Temos que seguir todas as regras para não existir punição, Ou quebrar todas as regras para não ficar sob pressão?
Não tem receita. Não achei resposta.
Já fiquei feliz com tanta coisa besta. Com a música certa, na hora certa. Com a foto de alguém que quero bem. Com a foto de alguém que não conheco, mas também quero bem. Com o silêncio. Com a bagunça. Com um bom bate-papo. Com cerveja no bar. Com bar bacaninha, com boteco. Com esporte, com preguiça. Com correria e com indolência.
As vezes, só de imaginar algumas situações já fico feliz. Assim mesmo, coisa meio romântica, meio boba... E que amigos machistas não saibam, claro...
E com o tempo, vou aprendendo que a felicidade vem de não procurar receita. Vem de se permitir viver o que aparece na vida. Com bom senso, sempre. Mas aproveitar, querer sorrir. Querer viver.
Ou viver eternamente em dúvida do que fazer para ser feliz.
Não dá pé, não tem pé nem cabeça Não tem ninguém que mereça, não tem coração que esqueça Não tem jeito mesmo Não tem dó no peito, não tem nem talvez
Ter feito o que você me fez, desapareça Cresça e desapareça Não tem dó no peito, não tem jeito Não tem coração que esqueça, não tem ninguém que mereça, Não tem pé, não tem cabeça Não dá pé, não é direito Não foi nada, eu não fiz nada disso e você me fez um Bicho de sete cabeças
Não dá pé, não tem pé nem cabeça Não tem ninguém que mereça, não tem coração que esqueça Não tem jeito mesmo Não tem dó no peito, não tem nem talvez
Ter feito o que você me fez, desapareça Cresça e desapareça Não tem dó no peito, não tem jeito Não tem ninguém que mereça, não tem coração que esqueça
Não tem pé, não tem cabeça Não dá pé, não é direito Não foi nada, eu não fiz nada disso e você fez um Bicho de sete cabeças